Nova pesquisa mostra cenário terrível para Lula
Uma pesquisa do Instituto Gerp, divulgada neste sábado (30) pela revista Exame, trouxe um duro golpe para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento revela que o petista seria derrotado em praticamente todos os cenários simulados para as eleições presidenciais de 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno, gerando forte preocupação no Palácio do Planalto e colocando em xeque o projeto de reeleição.
Realizada entre os dias 22 e 27 de agosto com 2.000 eleitores de todas as regiões do país, a pesquisa aponta uma perda significativa de apoio popular ao presidente, que enfrenta uma série de crises políticas e econômicas. A margem de erro é de 2,24 pontos percentuais, para mais ou para menos, com 95,55% de confiança.
Cenários de segundo turno: Lula perde para quase todos os principais nomes
Os dados mostram Lula atrás de diversos adversários em cenários simulados de segundo turno. Confira os principais confrontos:
Jair Bolsonaro (PL): 49% x 38%
Michelle Bolsonaro (PL): 48% x 37%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 46% x 37%
Eduardo Bolsonaro (PL): 43% x 39%
Ciro Gomes (PDT): 38% x 34%
Ratinho Jr. (PSD): 40% x 36%
Romeu Zema (Novo): 36% x 39%
Ronaldo Caiado (União Brasil): 36% x 38%
Pablo Marçal (PRTB): 35% x 38%
A única exceção nos dados divulgados foi o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, com quem Lula aparece numericamente à frente, embora dentro da margem de erro.
A maior desvantagem se dá em um possível novo confronto com Jair Bolsonaro, que lidera com 11 pontos de diferença. Até mesmo Michelle Bolsonaro e o governador paulista Tarcísio de Freitas apresentam margens consideráveis de vantagem.
Crise generalizada e desgaste político
O momento é de tensão para o governo. Internamente, Lula enfrenta:
Desgaste com o Congresso, especialmente com o Centrão, que vem se distanciando do Planalto;
Pressões da CPMI do INSS, que investiga supostas irregularidades na concessão de benefícios;
Denúncias bilionárias na Previdência, que agravam a crise fiscal;
Dificuldades no relacionamento com o Judiciário, especialmente diante da aplicação da Lei Magnitsky por parte dos EUA contra ministros do STF.
Além disso, no cenário internacional, o Brasil entrou em conflito diplomático com os Estados Unidos, após o ex-presidente e atual pré-candidato Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café, gerando reações negativas de entidades como o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Percepção internacional e economia fragilizada
A imagem de Lula também sofre desgaste fora do país. A imprensa internacional passou a retratar o presidente como dependente do Judiciário e politicamente isolado, em meio às constantes críticas à atuação do STF.
No campo econômico, a população sente os efeitos da inflação, dos juros elevados, do dólar acima de R$ 5,40 e do aumento da carga tributária e da energia elétrica. Apesar de números positivos divulgados por órgãos oficiais como o IBGE, parte da opinião pública questiona a veracidade dos dados, acusando o governo de “maquiagem estatística”.
Sinal de alerta no Planalto
A pesquisa do Gerp caiu como uma bomba no núcleo político do governo. Segundo interlocutores ouvidos pela Exame, a reeleição de Lula em 2026 já não é tratada como garantida, e há pressões internas por uma mudança de estratégia, especialmente no relacionamento com o Congresso e com a opinião pública.
A oposição, por sua vez, ganha fôlego e pode começar a se reorganizar em torno de nomes competitivos, como Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e até mesmo outsiders como Pablo Marçal, que aparece surpreendentemente próximo nas simulações.
Com mais de um ano para as eleições, o cenário ainda pode mudar, mas os números da pesquisa Gerp servem como um sinal de alerta claro: Lula precisará reverter a tendência de queda em sua popularidade e superar as turbulências políticas, econômicas e diplomáticas que cercam seu terceiro mandato.