Relator desmente grande mídia e nega acordo para livrar irmão de Lula
Nesta terça-feira (26), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) realizou sua primeira reunião deliberativa. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) apresentou o plano de trabalho e divulgou os primeiros nomes a serem convocados para prestar depoimento.
A ausência de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na lista inicial de convocados, gerou especulações. Conhecido por seu histórico sindical e ocupando a vice-presidência de uma das entidades investigadas, Frei Chico tem sido apontado como figura de interesse nas investigações.
Setores da velha imprensa chegaram a divulgar que um suposto acordo teria sido firmado para protegê-lo de uma eventual convocação. A resposta do relator, porém, foi direta:
“Não existiu nenhum acordo em relação ao irmão de Lula. Todos que interessem à investigação deverão ser ouvidos. Nada de perseguição nem proteção”, afirmou Alfredo Gaspar.
O relator deixou claro que, neste estágio inicial, a comissão foca na coleta de informações preliminares. A convocação de figuras mais sensíveis ocorrerá no momento adequado, com base em evidências concretas, para evitar alegações de motivação política.
“Vamos seguir o caminho do dinheiro. Nosso trabalho é técnico”, reforçou Gaspar, que tem origem no Ministério Público e já liderou investigações de grande porte no país.
O clima entre parlamentares da oposição e do governo segue tenso, e o temor entre os envolvidos nas denúncias é crescente. Com a promessa de uma apuração rigorosa e imparcial, a CPMI caminha para se tornar um dos principais focos da política nacional nas próximas semanas.
A expectativa é que os próximos depoimentos e quebras de sigilo comecem a traçar os verdadeiros caminhos do esquema investigado — e, segundo fontes ligadas à comissão, o nome de Frei Chico pode surgir mais cedo do que se imagina.