Valdemar comete ato falho e deixa a velha mídia “alvoroçada”

Uma fala de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, gerou polêmica nesta segunda-feira (25/8) ao comparar, ainda que parcialmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro ao revolucionário comunista Che Guevara, figura histórica da Revolução Cubana.

Durante uma conversa com jornalistas, Valdemar afirmou:

“Estão transformando o Bolsonaro em um Che Guevara. Quero dizer, não com o que o Che Guevara fez, porque ele era de esquerda, mas no prestígio que ele tinha. Porque ele tinha um carisma tão grande que o Fidel teve que ficar livre dele em Cuba, porque ele atrapalhava a vida do Fidel.”

A declaração rapidamente viralizou, provocando reações tanto da velha mídia quanto de setores da esquerda, que criticaram a analogia envolvendo uma das figuras mais icônicas do socialismo latino-americano e o principal nome da direita brasileira contemporânea.

Reação e recuo

Diante da repercussão, Valdemar tratou de esclarecer o conteúdo de sua fala, negando qualquer comparação ideológica entre Bolsonaro e Che Guevara:

“Que fique claro:
Nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro.
O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é.
Jair é o legítimo líder da nossa direita e continuará sendo.”

O dirigente do PL reforçou que a comparação se limitava ao nível de carisma e idolatria popular que cerca ambos os personagens, especialmente em contextos de perseguição política — no caso de Che, dentro do regime cubano; no caso de Bolsonaro, diante de investigações e processos judiciais que seus aliados veem como perseguições.

Mitificação e estratégia

A fala de Valdemar, ainda que parcialmente desmentida, revela uma estratégia recorrente da direita: reforçar a imagem de Bolsonaro como “mártir político” — alguém que, mesmo fora do poder, continua mobilizando milhões de apoiadores e representa uma suposta resistência contra o sistema.

A analogia com Che Guevara, ícone de rebeldia e culto global à figura do revolucionário, pode ter sido mal recebida por adversários ideológicos, mas serviu ao propósito político de inflar ainda mais o mito bolsonarista. No campo da narrativa, comparar o ex-presidente a uma figura mitológica, mesmo que de outro espectro político, é uma tentativa clara de reforçar sua imagem como líder incontestável da direita.

Enquanto isso, Bolsonaro segue inelegível, mas com forte presença na base do PL e nas ruas — e é exatamente essa mobilização popular que Valdemar parece querer manter viva, a qualquer custo.

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Bruno Rigacci

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