PT tenta convocar Moro para CPMI do INSS e reação do senador é imediata, surpreendente e desmoralizante
Com a CPMI do INSS ganhando tração e sob liderança da oposição, o PT tenta reagir e buscar controle narrativo. Uma das estratégias adotadas pelo partido foi a apresentação de um requerimento para convocar o senador Sérgio Moro (União-PR) a depor na comissão. A tentativa, no entanto, foi recebida com ironia e um recado duro por parte do ex-juiz da Lava Jato.
A movimentação petista tem sido lida como uma tentativa de desviar o foco das investigações, que já apontam um esquema bilionário de fraudes no INSS, com potencial de envolver membros do governo atual e entidades ligadas à base do PT. A própria Controladoria-Geral da União (CGU) estima o prejuízo em R$ 6 bilhões, afetando mais de 6 milhões de aposentados.
Diante desse cenário, a convocação de Moro, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, parece uma tentativa clara de criar uma cortina de fumaça.
A resposta de Moro
Moro não deixou passar batido e respondeu com a contundência que o tornou figura central no combate à corrupção nos últimos anos:
“Vejo que o PT, desesperado por erguer cortina de fumaça, quer me convocar para depor na CPMI do INSS. O Ministério da Justiça e Segurança Pública que comandei nunca lidou com descontos em aposentadorias ou pensões, então o requerimento é ridículo.”
E completou:
“Apesar disso, posso ir de bom grado falar, pois sou especialista em desmontar os esquemas de roubo do PT e posso dar informações sobre como eles funcionam.
Eu não tenho, igual ao Lula, irmão que preside sindicato beneficiado pela fraude contra os aposentados.
E foi o Lula — e não eu — quem nomeou o ex-presidente do INSS que é suspeito de receber propina.”
A referência ao irmão de Lula, José Ferreira da Silva (o Frei Chico), ecoa denúncias antigas envolvendo sua atuação em sindicatos e supostas relações com benefícios indevidos. Moro ainda apontou diretamente para Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS nomeado por Lula e alvo de operação da Polícia Federal, como figura central no escândalo.
PT acuado na CPMI
Desde que a CPMI foi instalada, o PT vem tentando recuperar terreno, mas enfrenta uma composição majoritariamente controlada pela oposição, que já deixou claro seu desejo de chegar ao núcleo político do esquema. Até aqui, a postura do governo tem sido reativa, tentando blindar aliados e deslegitimar os trabalhos da comissão.
Convocar Moro não apenas soa como provocação, mas também revela preocupação com o rumo das investigações, que podem alcançar entidades ligadas a confederações de trabalhadores, historicamente próximas do PT.
Guerra de narrativas
A disputa que se instala na CPMI do INSS não é apenas jurídica ou investigativa — é narrativa e política. O PT tenta desqualificar a comissão e os seus interlocutores. Já a oposição busca ligar o atual governo às fraudes, reforçando o discurso de que o “sistema voltou à cena do crime”.
Enquanto isso, Sérgio Moro volta ao centro do palco político, agora como senador, mas com o mesmo tom que o consagrou na magistratura: duro, direto e desafiador ao PT.
A próxima fase da CPMI promete ser tensa — e, ao que tudo indica, com depoimentos que vão muito além das fraudes no INSS.