Eduardo põe um ponto final sobre o “substituto de Bolsonaro”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou suas redes sociais nesta segunda-feira (25/8) para criticar abertamente os rumores sobre uma possível substituição de Jair Bolsonaro como nome da direita na corrida presidencial de 2026. Segundo ele, os movimentos que sugerem essa troca estariam sendo articulados com oportunismo e chantagem, às vésperas de mais um julgamento que pode afetar a elegibilidade do ex-presidente.
A publicação de Eduardo no X (antigo Twitter) foi direta e contundente:
“Há uma curiosidade no ar: quanto mais próximo do julgamento do meu pai, mais pessoas têm falado sobre substituí-lo na corrida presidencial.
E, de maneira descarada, essas mesmas pessoas ainda dizem que é para o bem de Bolsonaro, porque o apoiam.”
O deputado afirma que qualquer decisão sobre a sucessão política de Jair Bolsonaro não será tomada sob pressão externa e reforça que a família e o núcleo duro do ex-presidente não se submeterão a “chantagens” ou “pressa estratégica”.
“Se houver necessidade de substituir JB, isso não será feito pela força nem com base em chantagem. […] Não há ganho estratégico em fazer esse anúncio agora, a poucos dias do seu injusto julgamento.”
Crítica velada a aliados?
Embora não cite nomes, a mensagem de Eduardo Bolsonaro foi interpretada como um recado a figuras da própria direita, inclusive aliados que teriam se adiantado nas conversas sobre um “plano B” eleitoral. A movimentação ocorre em meio ao cerco jurídico cada vez maior sobre Bolsonaro, que já está inelegível até 2030 por decisão do TSE, mas ainda responde a outros processos que podem resultar em punições mais severas.
Eduardo classifica a antecipação do debate sobre sucessão como “nojenta” e insinua que há interesses pessoais ou estratégias encobertas por trás do discurso de “salvar o bolsonarismo”.
“Só há uma resposta lógica: o julgamento é a faca no pescoço de JB, é o ‘meio de pressão eficaz’ para forçar Bolsonaro a tomar uma decisão da qual não possa mais voltar atrás.”
Unidade sob pressão
No trecho final, o deputado alerta que quem atua dessa forma — ou seja, levantando nomes alternativos fora do tempo e sob o pretexto de proteger Bolsonaro — não será reconhecido como verdadeiro aliado, nem tampouco merecedor do apoio da base bolsonarista.
“Antes de mais nada, caminhar com Bolsonaro significa ter princípios, coerência e valores.
Aviso desde já, para depois não virem com a ladainha de que eu estou desunindo a direita ou sendo radical: na base da chantagem vocês não irão levar nada.”
O que está em jogo?
Com a liderança da direita dividida entre esperar uma reversão jurídica improvável e construir um novo nome competitivo, declarações como a de Eduardo Bolsonaro escancaram a tensão interna. Há nomes sendo cogitados — como Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e até o próprio Eduardo — mas o entorno do ex-presidente resiste a qualquer debate público que signifique abrir mão do projeto pessoal de Jair.
Por ora, o recado está dado: nenhuma substituição será aceita fora do núcleo bolsonarista. E muito menos antes de todos os cartuchos jurídicos estarem esgotados.
A direita, ao que tudo indica, caminha unida — mas com o freio de mão puxado. E a sombra do julgamento de Bolsonaro continua sendo o verdadeiro divisor de águas.