Chanceler de Lula se arrisca e tem encontro com ministro venezuelano

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, se reuniram nesta quinta-feira (21), na capital colombiana, Bogotá, para discutir temas bilaterais e regionais, em meio à crescente tensão provocada pelo deslocamento de navios de guerra dos Estados Unidos para áreas próximas à costa venezuelana.

De acordo com fontes próximas ao encontro, a reunião teve como foco principal o aprofundamento das relações comerciais entre Brasil e Venezuela, mas o clima de instabilidade regional e os recentes movimentos militares norte-americanos também estiveram entre os assuntos tratados pelos ministros.

Na última terça-feira (19), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classificou o envio dos três navios militares como uma provocação e declarou que “nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela”. A movimentação norte-americana tem gerado desconforto em diversos setores da diplomacia latino-americana.

Segundo interlocutores do governo brasileiro, há preocupação dentro do Itamaraty e entre aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a aproximação das embarcações e o tom beligerante adotado por autoridades em Washington. No entanto, a orientação do Palácio do Planalto, até o momento, é de cautela e moderação na resposta diplomática.

O Brasil, que ocupa papel relevante na mediação de conflitos regionais, busca evitar o acirramento de tensões, sobretudo diante do contexto de aumento de tarifas comerciais e sanções aplicadas contra países latino-americanos pelo atual governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump.

A reunião entre Vieira e Gil ocorreu à margem de um encontro multilateral que reuniu chanceleres sul-americanos para tratar de integração regional e estabilidade política no continente.

Apesar das divergências ideológicas entre os governos de Brasil e Venezuela, os dois países têm mantido canais diplomáticos abertos e buscado avançar em agendas de cooperação econômica, energética e fronteiriça.

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Bruno Rigacci

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