EUA prometem intensificar pressão e uso de força contra regime de Nicolás Maduro
Os Estados Unidos voltaram a aumentar a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Nesta terça-feira (19), a nova porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump está disposto a usar “todo o poder” norte-americano para enfrentar o líder chavista, acusado por Washington de comandar um cartel de narcotráfico internacional.
“Ele não é um presidente legítimo, mas sim um fugitivo da Justiça americana”, declarou Leavitt durante uma coletiva de imprensa. “Maduro é um chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar todo o poder americano para deter o tráfico de drogas”, acrescentou.
As declarações de Leavitt vêm em resposta a um anúncio feito por Nicolás Maduro na televisão estatal venezuelana, em que o presidente afirmou ter mobilizado cerca de 4,5 milhões de milicianos armados para reagir às “ameaças” vindas de Washington. Segundo ele, a Milícia Bolivariana será expandida e distribuída por áreas estratégicas da sociedade, como fábricas, escolas e comunidades rurais.
Recompensa aumentada e presença militar reforçada
Nos últimos dias, o governo americano aumentou de forma significativa a pressão sobre o regime venezuelano. O Departamento de Estado elevou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, que já foi indiciado por tráfico internacional de drogas e crimes relacionados.
Além disso, o Pentágono intensificou a presença militar dos Estados Unidos no Caribe e na América Latina. Segundo fontes oficiais, foram enviados à região mais de 4 mil fuzileiros navais, além de um submarino nuclear, destróieres, um cruzador lança-mísseis e aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon. A justificativa oficial é o reforço das operações de combate ao narcotráfico na região.
Bernie Moreno: “Não o vejo no poder até o fim do ano”
A retórica agressiva também foi adotada por outros líderes políticos nos EUA. Durante o 10° Congresso Empresarial Colombiano, o senador republicano Bernie Moreno fez duras críticas ao regime chavista:
“Não toleraremos um narcoterrorista que inflige danos aos Estados Unidos. Trataremos os terroristas como os EUA os trataram no passado. Não o vejo no cargo além do final deste ano”, declarou.
Resposta de Maduro: “Fuzis e mísseis para o povo”
Em resposta, Nicolás Maduro reafirmou seu discurso de resistência e prometeu expandir ainda mais a estrutura militar paralela criada por Hugo Chávez, a Milícia Bolivariana. Em discurso transmitido em rede nacional, o presidente venezuelano afirmou:
“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional (…). Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela. Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria!”
Tensão crescente e riscos regionais
Com o aumento da retórica beligerante de ambos os lados, analistas alertam para o risco de um novo episódio de instabilidade regional, com consequências imprevisíveis. A relação entre EUA e Venezuela, historicamente conturbada desde a ascensão de Chávez ao poder, volta a atingir um nível crítico, com ameaças explícitas e movimentações militares que acendem o alerta em toda a América Latina.