Prefeito de importante capital pega membro de equipe de reportagem pelo pescoço (veja o vídeo)

Durante uma visita às obras do Hospital Municipal de Macapá, na manhã do último domingo (17), o prefeito da capital amapaense, Dr. Furlan (MDB), se envolveu em uma situação controversa ao ser filmado segurando pelo pescoço Iran Froes, integrante da equipe do jornalista Heverson Castro. O vídeo da cena circulou amplamente nas redes sociais e gerou forte repercussão, culminando na detenção de três profissionais da imprensa pela Guarda Municipal.

De acordo com a Prefeitura de Macapá, o prefeito e duas servidoras públicas teriam sido alvo de agressões verbais por parte dos jornalistas, o que teria motivado a ação da segurança municipal. A confusão começou após o jornalista Heverson Castro questionar o prefeito sobre o andamento das obras do hospital, localizado na zona norte da cidade.

Além de Froes e Castro, o repórter Marshal dos Anjos também acompanhava a equipe. Após o episódio, os três foram encaminhados à Delegacia da Mulher, onde servidoras da prefeitura prestaram queixa, alegando terem sido agredidas.

Em nota oficial, a prefeitura repudiou o ocorrido e acusou o grupo de ter interrompido a agenda oficial, proferido ofensas ao prefeito e tentado agredi-lo fisicamente.

“A instituição reitera que não tolera nenhum tipo de violência, intimidação ou desrespeito que dificultem o trabalho realizado diariamente em prol da população”, afirma o comunicado.

No entanto, os jornalistas apresentaram uma versão diferente dos fatos. Segundo o advogado Maurício Pereira, que representa Heverson Castro, as filmagens divulgadas demonstram que não houve qualquer agressão por parte da equipe de imprensa — ao contrário, seriam os profissionais os verdadeiros alvos de abuso de autoridade.

“As filmagens da hora mostram que não houve essa agressão. Pelo contrário, os agredidos foram jornalistas e seus companheiros, que inclusive foram arbitrariamente algemados e colocados em um camburão”, afirmou Pereira.

O caso também repercutiu entre entidades de defesa da liberdade de imprensa. A presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti, criticou duramente a postura do prefeito.

“Uma autoridade, um político eleito que representa a sociedade precisa ter uma postura adequada ao cargo. É inadmissível qualquer reação que envolva violência. A Abraji repudia a atitude do prefeito de Macapá e se solidariza com os profissionais de imprensa envolvidos no caso”, declarou.

Até o momento, o Ministério Público do Amapá e a Polícia Civil não se manifestaram oficialmente sobre a possibilidade de abertura de investigação. A situação segue gerando debates sobre os limites da atuação de autoridades públicas e o respeito à liberdade de imprensa no Brasil.

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Bruno Rigacci

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