Edmundo González reaparece e diz que está pronto para derrubar Maduro
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta um dos momentos mais delicados de sua longa permanência no poder. Além do cerco internacional liderado pelos Estados Unidos, que inclui sanções econômicas e pressões diplomáticas crescentes, o regime chavista agora lida com a intensificação do apoio popular e militar ao candidato opositor Edmundo González, apontado por diversos setores como o legítimo vencedor do último pleito eleitoral.
Em vídeo que circula nas redes sociais, González — escolhido como representante da coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática — declara estar pronto para assumir o governo da Venezuela e colocar fim ao regime de Maduro, a quem ele classifica como ilegítimo.
“Estou preparado para liderar uma transição pacífica e democrática. As Forças Armadas não devem mais obedecer a um tirano que perdeu o apoio do povo”, disse González em trecho do pronunciamento.
Tensão nas Forças Armadas
As palavras de González dirigidas às Forças Armadas da Venezuela são vistas como um chamado direto aos militares, historicamente pilares de sustentação do chavismo. O apelo para que não mais sigam ordens de Maduro pode representar uma ruptura simbólica importante, sobretudo num momento em que o regime enfrenta crescente isolamento interno e externo.
Embora ainda não haja sinais claros de dissidência no alto comando militar, há relatos crescentes de descontentamento entre oficiais de média patente, segundo fontes ligadas à oposição.
Reconhecimento internacional
Edmundo González tem conquistado reconhecimento crescente de governos estrangeiros e organizações internacionais, especialmente após uma série de denúncias sobre irregularidades no processo eleitoral venezuelano. Enquanto Maduro tenta se manter no poder alegando vitória nas urnas, opositores e observadores internacionais apontam que o processo foi marcado por fraudes, intimidações e exclusões de candidaturas importantes, como a de María Corina Machado.
Os Estados Unidos, por sua vez, endureceram sua posição contra Maduro, inclusive com menções à Lei Magnitsky para ampliar sanções contra membros do regime por violações de direitos humanos.
“Fim é questão de tempo”, dizem analistas
Com a combinação de fatores internos e externos — incluindo a perda de legitimidade popular, pressão militar e sanções internacionais —, analistas políticos afirmam que a queda de Maduro pode ser apenas uma questão de tempo. O avanço de Edmundo González como líder da oposição moderada e disposto ao diálogo com a comunidade internacional fortalece o cenário de uma possível transição democrática.
O desfecho na Venezuela, no entanto, pode ter efeitos além de suas fronteiras. Especialistas apontam que a queda de Maduro poderia estimular movimentos semelhantes em outras ditaduras da região, alterando o equilíbrio político em partes da América Latina.