Os 3 homens que influenciam Trump em suas decisões sobre o Brasil e o ministro Moraes
Três nomes de peso nos Estados Unidos têm exercido influência decisiva sobre o presidente Donald Trump em relação ao Brasil — mais especificamente contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada pelo jornalista Cláudio Humberto, em sua coluna Poder, Política e Bastidores, veiculada em diversos jornais brasileiros.
E surpreendentemente, nenhum dos três é Eduardo Bolsonaro, frequentemente apontado como elo informal entre os bolsonaristas e os conservadores americanos. Os influenciadores são todos norte-americanos — e, segundo a coluna, foram “construídos” pelo próprio Moraes ao longo de sua atuação considerada por muitos como autoritária e antidemocrática.
Os nomes que entraram em cena:
1. Martin De Luca
Advogado ligado a Donald Trump, De Luca foi o autor da petição que deu base jurídica à possível aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Essa legislação americana permite sanções contra autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos e corrupção sistemática. O movimento abriu um precedente sem paralelo na história recente do Brasil.
2. Jason Miller
Braço direito e conselheiro político de Trump, Jason Miller tem uma conta pessoal com Moraes. Em 2021, durante visita ao Brasil, foi detido por três horas pela Polícia Federal, a mando do ministro. A situação gerou desconforto diplomático à época e, desde então, Miller vem fazendo duras críticas a Moraes. Chegou a afirmar que o ministro seria “a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental“.
3. Steve Bannon
Estratégista político, aliado histórico de Trump e admirador do ex-presidente Jair Bolsonaro, Steve Bannon é uma figura influente na direita global. Manteve relação próxima com o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho e tem sido ativo nas críticas à atuação do STF, que ele classifica como uma “ditadura judicial”. Bannon tem defendido medidas contra Moraes em diversas oportunidades, inclusive em fóruns internacionais.
Repercussões e expectativas
Com esse cenário, a pressão sobre o governo dos Estados Unidos para tomar medidas concretas contra figuras do Judiciário brasileiro ganha contornos inéditos. O nome de Moraes já foi citado em discussões ligadas à sanção de vistos, bloqueio de bens e outras penalidades, nos moldes da Lei Magnitsky, usada historicamente contra ditadores, oligarcas russos e violadores de direitos em regimes autoritários.
A possível aplicação da medida contra um ministro da Suprema Corte brasileira levanta questionamentos sérios sobre a credibilidade e os limites da atuação do STF, sobretudo em contextos de perseguição política, censura a veículos de mídia e criminalização de opositores.
A conta está chegando
Na avaliação de analistas, Moraes começa a colher as consequências de uma postura considerada por muitos como “incompatível com a democracia constitucional”. Se o cerco internacional se fechar, o Brasil poderá enfrentar um constrangimento diplomático sem precedentes, e Moraes pode vir a se tornar persona non grata em diversas jurisdições.
O recado vindo de Washington — ainda informal — é claro: o mundo está observando. E, para alguns, a “conta” começou a ser cobrada.