Completamente insano, ex-presidente da OAB, após pedir “tiro na nuca”, ofende renomado jornalista
Em meio à crescente tensão institucional no país, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, voltou ao centro das atenções nesta terça-feira (05) após publicações agressivas e polêmicas em suas redes sociais. Em uma delas, Santa Cruz afirmou que, “no mundo ideal”, o ex-presidente Jair Bolsonaro mereceria “pena de morte” por suposta “traição aos cânones democráticos”.
“Traição aos cânones democráticos. No meu mundo ideal seria pena de morte. Bala na nuca!”, escreveu Santa Cruz, em uma frase que rapidamente gerou forte reação de parlamentares, juristas, jornalistas e cidadãos nas redes sociais.
A declaração foi interpretada por muitos como incitação à violência política, em um momento já marcado por divisões e radicalizações no debate público nacional. Críticos afirmam que, vindo de um ex-presidente da OAB, entidade historicamente ligada à defesa dos direitos e garantias fundamentais, o comentário ultrapassa todos os limites do discurso democrático.
Ataques a manifestações e resposta agressiva a jornalista
Na sequência, Santa Cruz também criticou as manifestações em apoio a Bolsonaro que ocorreram no último domingo (03), acusando a direita de “lutar pelo fim do Brasil como pátria soberana” e de adotar agendas estrangeiras contrárias à economia nacional.
“É de cair o queixo que a extrema direita vá às ruas defender a agenda dos EUA contra a economia brasileira a fim de defender o fim da independência do judiciário”, afirmou.
A resposta veio com ironia do jornalista Claudio Dantas, que comentou: “Tava cheio, né?” — em alusão à presença massiva dos manifestantes nas ruas.
Santa Cruz então partiu para um ataque verbal gratuito e grosseiro, respondendo:
“Como o seu c. Lotado.”*
A resposta gerou ainda mais revolta entre usuários e jornalistas, que apontaram a incompatibilidade desse tipo de linguagem com a figura de um ex-dirigente de uma das instituições mais relevantes da sociedade civil brasileira.
Reação pública e desgaste institucional
As declarações e o comportamento de Felipe Santa Cruz acentuaram a percepção de muitos sobre o declínio da credibilidade da OAB nos últimos anos, acusada por críticos de ter abandonado uma postura institucional equilibrada para adotar uma agenda política partidária.
Internautas cobraram um posicionamento oficial da atual presidência da OAB, questionando se a entidade concorda com a incitação à pena de morte de figuras públicas e o uso de linguagem ofensiva contra jornalistas.
O silêncio da Ordem até o momento tem sido interpretado como conivência ou, ao menos, como falta de compromisso com os princípios que historicamente guiavam a instituição.
Conclusão
O episódio revela, mais uma vez, como a radicalização do discurso político — de ambos os lados — tem corroído o debate público e fragilizado instituições fundamentais da democracia brasileira. Em tempos de crise, figuras de destaque como ex-presidentes da OAB deveriam atuar como moderadores do discurso e não como incendiários.
Num país cada vez mais polarizado, há quem ainda precise lembrar que “Estado de Direito” não se defende com “bala na nuca”.