Imprensa internacional repercute prisão de Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve ampla repercussão na imprensa internacional nesta segunda-feira (4/8). Fundamentada no suposto descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente, a medida foi noticiada em diferentes continentes com destaque.

No Catar, a emissora Al Jazeera colocou a notícia na capa de seu site em inglês. O canal destacou que a prisão domiciliar se baseia na violação de restrições judiciais, e ressaltou o envolvimento contínuo de Bolsonaro em polêmicas ligadas à instabilidade institucional no Brasil.

Na Argentina, o portal Todo Notícias chamou atenção para as condições rigorosas impostas pela decisão do STF, com foco nas limitações de visitação. Segundo a medida, o ex-presidente só poderá receber advogados e outras pessoas previamente autorizadas pelo Supremo, o que, segundo analistas consultados pelo portal, representa uma forte restrição à sua atuação política e social.

Nos Estados Unidos, o jornal Washington Post tratou o caso dentro do contexto das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. O periódico lembrou que o ex-presidente é investigado por sua atuação para deslegitimar o processo eleitoral e pode ser julgado por crimes contra a democracia.

No Reino Unido, os veículos The Guardian e BBC deram destaque à intensificação das ações judiciais contra Bolsonaro. Ambos enfatizaram o protagonismo do ministro Alexandre de Moraes na condução das investigações envolvendo o ex-presidente e aliados. A BBC descreveu a decisão como “um passo firme do Judiciário brasileiro” para responsabilizar ex-líderes por atos antidemocráticos.

A crescente atenção internacional reflete o impacto político e institucional das decisões do STF no cenário brasileiro. A prisão domiciliar de um ex-presidente, ainda envolvido diretamente no debate público e com forte base de apoio, levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre a proteção da ordem democrática e a garantia das liberdades individuais.

Até o momento, nem o governo federal nem o Itamaraty se pronunciaram oficialmente sobre a repercussão internacional do caso.

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Bruno Rigacci

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