Vaza informação interna do STF que pode ser a primeira medida contra Trump

Em meio ao agravamento da tensão diplomática com os Estados Unidos, uma nova frente de reação começa a se formar dentro do próprio Supremo Tribunal Federal. De acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil, uma ala da Corte defende que tribunais internacionais sejam acionados para contestar as sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes.

A medida, considerada extrema, incluiria uma atuação coordenada da Advocacia-Geral da União (AGU) em cortes internacionais e também no sistema judiciário norte-americano. Segundo apuração da emissora, a AGU já estaria elaborando argumentos jurídicos para contestar a decisão com base em princípios de soberania, imunidade de jurisdição e violação de tratados internacionais.

“Eventuais recursos perante tribunais dos Estados Unidos ou até mesmo a tribunais internacionais podem ser apresentados pela AGU, que já defende o ministro na Justiça americana”, revelou a CNN.

A proposta divide o meio jurídico e político. Enquanto ministros do STF argumentam que a sanção representa um precedente perigoso de interferência externa no Poder Judiciário de um país soberano, aliados do governo temem que a iniciativa possa escalar ainda mais o confronto com Washington.

O dilema do Planalto

Diante da pressão crescente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se vê diante de uma difícil encruzilhada: adotar uma postura combativa para defender o ministro e as instituições brasileiras ou buscar um caminho diplomático que evite o isolamento internacional. Até o momento, Lula mantém silêncio público sobre as sanções, mas fontes próximas ao Planalto indicam que o tema foi tratado com “máxima gravidade” na reunião emergencial desta manhã.

Nos bastidores, o receio é que qualquer ação mais contundente contra os EUA possa provocar retaliações adicionais em áreas como comércio, investimentos e cooperação internacional. Ainda assim, setores do governo e da base petista cobram uma resposta à altura da ofensiva norte-americana.

“Lula terá coragem de tomar essa atitude?” – esse é o questionamento que ganha força em setores da sociedade civil, que veem na crise um teste decisivo de liderança e soberania.

O Brasil no centro de um tabuleiro geopolítico

A sanção contra Alexandre de Moraes, associada ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, colocou o Brasil no centro de um tabuleiro geopolítico mais amplo. Analistas veem os recentes movimentos de Donald Trump como parte de uma estratégia para isolar governos de esquerda na América Latina e consolidar sua influência sobre regimes alinhados ideologicamente.

A possível judicialização internacional da crise, caso se concretize, poderá abrir um inédito contencioso entre poderes de dois países democráticos – e testar os limites do direito internacional diante de uma escalada política sem precedentes.

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Bruno Rigacci

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