URGENTE: Moraes já prepara resposta
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prepara uma resposta firme e institucional à sanção imposta pelos Estados Unidos. A manifestação está prevista para a próxima sexta-feira, 1º de agosto, durante a sessão de reabertura do Judiciário após o recesso. Será a primeira reação pública e direta do magistrado à ofensiva do governo de Donald Trump, que o acusou de violar direitos humanos e censurar opositores políticos.
Fontes do STF informam que o discurso será lido em plenário e terá tom contundente, reforçando a legalidade das decisões tomadas por Moraes — sempre com aval do colegiado da Corte. A intenção é defender não apenas sua atuação individual, mas também a independência do Judiciário brasileiro frente a pressões externas.
“A fala será marcada por firmeza institucional, sem adotar o tom emocional que adversários esperam”, disse um assessor próximo ao ministro.
Apoio interno e silêncio estratégico
Embora ainda não haja confirmação oficial, a expectativa é de que o ministro seja apoiado, ao menos simbolicamente, por colegas como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o decano Gilmar Mendes. Nos bastidores, ministros avaliam que a melhor resposta à ingerência estrangeira é o reforço da coesão interna e da confiança nas instituições.
Até agora, o Supremo tem evitado emitir notas públicas sobre o episódio, adotando uma postura de cautela. A estratégia é manter o enfrentamento no campo jurídico e diplomático, deixando que a Advocacia-Geral da União (AGU) conduza eventuais medidas no exterior.
A única manifestação pública até o momento foi feita pelo ministro Flávio Dino, que declarou em suas redes sociais “solidariedade pessoal” a Moraes. Dino, no entanto, evitou fazer críticas diretas aos Estados Unidos ou ao presidente Trump.
Crise sem precedentes
A decisão do Departamento do Tesouro norte-americano, baseada na chamada Lei Magnitsky, classificou o ministro como responsável por uma “campanha opressiva de censura” e por autorizar “prisões arbitrárias” ligadas a investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
Com a sanção, Moraes teve bens e ativos bloqueados em solo americano e foi proibido de entrar nos Estados Unidos — uma ação considerada sem precedentes na história recente das relações entre democracias ocidentais.
A crise se intensificou com o silêncio do presidente Lula até o momento e a falta de uma resposta oficial por parte do governo brasileiro. Apesar da reunião de emergência no Planalto, convocada após o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros também anunciado por Trump, o Executivo ainda avalia como reagir ao ataque direto ao Judiciário.
Próximos passos e riscos
Uma ala do STF já defende que o Brasil recorra a tribunais internacionais para contestar a sanção, o que pode abrir um contencioso jurídico entre os dois países. A AGU estaria, segundo a CNN Brasil, preparando argumentos para acionar instâncias internacionais ou até cortes americanas — algo que dependeria de aval político do presidente Lula.
A sessão de sexta-feira será, portanto, um momento-chave para medir o tom que o Judiciário brasileiro pretende adotar diante da escalada internacional. Moraes, ao escolher o plenário como palco de sua resposta, envia uma mensagem clara: trata-se de uma crise que ultrapassa questões pessoais e atinge o próprio pilar da democracia brasileira.
