É só dar “48h” para Trump explicar…

A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos ganhou contornos ainda mais graves nesta quarta-feira, após o governo do presidente Donald Trump anunciar sanções diretas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão, divulgada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, baseia-se na Lei Magnitsky, instrumento legal norte-americano voltado contra violações de direitos humanos e corrupção no exterior.

Segundo o comunicado oficial, Moraes é acusado de liderar uma “campanha opressiva de censura” no Brasil, com menção direta à sua atuação em investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e os eventos de 8 de janeiro, classificados por parte da comunidade internacional como tentativa de golpe de Estado.

Como consequência imediata, o ministro teve quaisquer bens ou ativos sob jurisdição americana congelados e está proibido de entrar nos Estados Unidos. A medida é sem precedentes na relação entre os dois países e foi interpretada pelo governo brasileiro como uma grave afronta ao sistema judiciário nacional.

Nikolas Ferreira provoca nas redes

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais expoentes da oposição bolsonarista no Congresso, não perdeu tempo e comentou o episódio com ironia. Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), escreveu:

“Dá 48hrs pro Trump explicar…”

A frase, em tom de deboche, faz alusão às recorrentes cobranças da base governista por explicações quando autoridades internacionais criticam o Brasil ou seus representantes. O comentário viralizou em minutos, com milhares de curtidas e compartilhamentos, alimentando ainda mais a polarização política nas redes.

Planalto em alerta máximo

A sanção contra Moraes, somada ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado horas antes, provocou um verdadeiro terremoto no Palácio do Planalto. A reunião de emergência convocada pelo presidente Lula, que já visava discutir uma resposta às barreiras comerciais, agora tem como pauta adicional a crise institucional aberta com o ataque ao Judiciário.

Nos bastidores, ministros avaliam que os movimentos de Trump fazem parte de uma estratégia eleitoral e ideológica, com apelo direto ao eleitorado de direita tanto nos EUA quanto no Brasil. Interlocutores do governo afirmam que a resposta brasileira deve ser firme, mas cautelosa, buscando preservar a integridade das instituições nacionais.

O cerco se fecha

Com os ataques à política comercial brasileira e ao Judiciário, a relação entre Brasília e Washington atinge seu ponto mais crítico em décadas. O Planalto estuda acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Corte Internacional de Justiça para denunciar o que classifica como “intervenção indevida em assuntos internos de um Estado soberano”.

A expectativa é de que o presidente Lula faça um pronunciamento oficial ainda hoje, após o término da reunião com sua equipe ministerial. O clima no Planalto é de tensão total — e os próximos passos prometem marcar um novo capítulo na já turbulenta geopolítica das Américas.

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Bruno Rigacci

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