Trump confirma o que Lula mais temia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta semana que o novo pacote tarifário anunciado por sua administração entrará em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto, atingindo diretamente o Brasil, sem exceções ou prorrogações. A declaração põe fim às esperanças do governo Lula de evitar as sanções comerciais por meio de negociações diplomáticas de última hora.

“É para todos”, disse Trump, em tom categórico, ao ser questionado por jornalistas durante evento na Casa Branca, selando a decisão já antecipada pelo secretário do Comércio, Howard Lutnick, em entrevista à Fox News.

As medidas fazem parte de um amplo esforço do governo republicano de proteger a indústria e o agronegócio americanos, reequilibrando relações comerciais com países que, segundo Trump, “se beneficiaram por décadas do acesso ao mercado norte-americano sem reciprocidade”.

Brasil na linha de fogo

O pacote tarifário inclui sobretaxas sobre produtos agrícolas, siderúrgicos e manufaturados exportados pelo Brasil — setores cruciais para a balança comercial brasileira com os EUA. A taxação deve afetar diretamente o agronegócio nacional, especialmente exportadores de carne, milho, aço e celulose.

A medida é vista como um duro golpe para o governo Lula, que vinha tentando manter diálogo com a administração Trump e minimizar desgastes nas relações bilaterais. A equipe econômica de Lula, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a propor contrapartidas e flexibilizações regulatórias, mas sem sucesso.

Fontes diplomáticas em Brasília classificam a decisão como “um revés grave” para a agenda internacional do governo, que apostava no discurso de reconstrução das relações exteriores do Brasil.

Impactos políticos e econômicos

A adoção das tarifas deve ter repercussões tanto no mercado quanto na política. Especialistas apontam que o Brasil pode buscar retaliação junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora o processo seja lento e com resultados incertos. No curto prazo, o empresariado brasileiro já pressiona por medidas compensatórias e renegociação com outros mercados.

Na esfera política, o anúncio representa um constrangimento direto ao governo Lula, que tentava evitar um confronto direto com Trump. Parlamentares da oposição usaram o episódio para criticar a política externa do Planalto, acusando o presidente de fragilidade diplomática.

“É o fim da esperança de Lula de ser levado a sério por Trump. O Brasil precisa de firmeza, não de acenos ideológicos”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em publicação nas redes sociais.

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Bruno Rigacci

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