Moraes ultrapassa todos os limites ao atingir a esposa de Eduardo Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear as contas bancárias e os bens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está gerando forte reação política e acalorando ainda mais o já tenso cenário institucional do país. O bloqueio, revelado nesta semana, foi interpretado por aliados do parlamentar como um novo episódio de perseguição política, com críticas intensas à atuação do magistrado.

O que ampliou ainda mais a indignação no campo conservador foi o fato de que a esposa de Eduardo, Heloísa Bolsonaro, também teve suas contas bloqueadas, mesmo sem ter qualquer envolvimento direto em atividade política ou processos judiciais em curso. A medida levou parlamentares, juristas e apoiadores a questionarem os limites da atuação do STF e o respeito ao devido processo legal.

Nas palavras do próprio Eduardo Bolsonaro, publicadas em suas redes sociais, trata-se de “mais um ato arbitrário” e uma tentativa clara de intimidação:

“Mesmo criminosos respeitam certos limites. Moraes, não. Ao romper até com o código moral do submundo – nem bandido persegue a família dos policiais – ele escancara seu desequilíbrio e despreparo.”

A base bolsonarista não demorou a reagir, denunciando o que classificam como “abuso de poder” e “criminalização da oposição”. Parlamentares do PL, além de deputados de outras bancadas conservadoras, têm se mobilizado para discutir uma resposta institucional — alguns já falam abertamente em novas tentativas de abrir processos de impeachment contra Moraes no Senado.

Por outro lado, setores do Judiciário e da oposição ao bolsonarismo afirmam que o STF age com base em elementos investigativos e dentro da legalidade, alegando que as medidas cautelares buscam impedir obstruções de Justiça ou movimentações financeiras suspeitas ligadas a inquéritos sigilosos.

Independentemente da posição política, os acontecimentos desta semana elevam a temperatura da crise entre o Supremo e setores do Congresso, além de aprofundarem a polarização em torno do papel do Judiciário na condução de investigações contra figuras públicas.

Com o país se aproximando de um novo ciclo eleitoral, cresce o risco de que decisões judiciais passem a ser vistas não apenas como instrumentos legais, mas como peças centrais na disputa pelo poder, o que reforça a urgência de diálogo institucional — algo que, até aqui, parece cada vez mais distante.

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Bruno Rigacci

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