Eduardo confirma decisão de Moraes contra sua esposa e dá aviso ao ministro
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou suas redes sociais nesta quarta-feira (23) para denunciar o bloqueio das contas bancárias de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, e acusar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abuso de autoridade. Em uma publicação contundente, Eduardo afirmou que nem ele nem sua esposa foram notificados oficialmente de qualquer decisão judicial que justificasse a medida.
“Minha esposa, Heloísa, que não é política e nem milita nesta área, teve suas contas bancárias bloqueadas sem qualquer justificativa legal”, escreveu o deputado. Ele disse acreditar que a medida tenha partido de Moraes, a quem chamou de “desequilibrado” e comparou a “tiranos históricos”.
Segundo Eduardo, sua própria conta também foi bloqueada no mesmo contexto, sem que ele tivesse sido citado em inquérito judicial. “O desespero de Moraes lembra o declínio de tiranos históricos, que preferem o caos nacional e a morte à perda do poder”, afirmou, em uma escalada retórica que repercutiu fortemente no meio político e jurídico.
O parlamentar ainda acusou o ministro de romper com qualquer senso de proporcionalidade e ética, afirmando que “nem criminosos perseguem as famílias de policiais” e que tal atitude evidencia um “despreparo” para o cargo. Ele finalizou a publicação com um tom de resistência, prometendo que sua família não irá recuar:
“NENHUMA INTIMIDAÇÃO, NEM MESMO ATINGINDO MINHA FAMÍLIA, ME FARÁ CEDER (…) NÃO HAVERÁ RECUO. NÓS VENCEREMOS.”
A publicação gerou imediata reação nas redes sociais, com apoiadores do deputado ecoando críticas ao STF e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes, já constantemente no centro de tensões institucionais envolvendo membros do Legislativo e ex-aliados do governo Bolsonaro.
Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre o caso nem confirmou a existência de qualquer medida judicial contra Heloísa Bolsonaro. Juristas ouvidos por veículos de imprensa alertam que, se confirmadas as medidas, será preciso entender o contexto legal que as justificaria, sobretudo em casos que envolvem terceiros sem foro privilegiado.
O episódio adiciona mais combustível à já acirrada disputa entre bolsonaristas e o Supremo, num cenário político que se intensifica com a aproximação do calendário eleitoral de 2026 e a pressão crescente por respostas institucionais claras em meio à polarização.