Trump vê atitude de Moraes como equivalente a uma “declaração de guerra”

O Brasil enfrenta uma escalada de tensão diplomática e institucional inédita em sua história recente. Após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ambiente político se deteriorou rapidamente, com reações contundentes vindas dos Estados Unidos.

Segundo matéria do Painel, da Folha de S.Paulo, um integrante do governo norte-americano, em contato com aliados bolsonaristas, teria afirmado que “o Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21”. A frase reforça o tom de ameaça que tem dominado os bastidores da diplomacia.

Ainda de acordo com a publicação, o presidente Donald Trump teria considerado a ação de Moraes como “uma declaração de guerra contra ele e os EUA”. Trump teria dito que “todas as opções estão sobre a mesa”.

🇺🇸 Supostas sanções em discussão

Entre as medidas retaliatórias mencionadas nos bastidores estão:

  • Elevação de tarifas de exportação brasileiras para os EUA, podendo chegar a 100%;

  • Sanções conjuntas com países da Otan;

  • Restrição do acesso do Brasil a sistemas de satélite e GPS;

  • Aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes e outros ministros do STF, o que inclui bloqueio de bens e proibição de operações financeiras em território americano.

Embora nenhuma dessas medidas tenha sido confirmada oficialmente pelo Departamento de Estado dos EUA, a possibilidade de ações coordenadas contra autoridades brasileiras já repercute intensamente em Brasília.

 STF sob pressão

O ambiente dentro do STF é descrito como “extremamente tenso”. Fontes próximas à Corte afirmam que os ministros receberam com preocupação a notícia da revogação dos vistos americanos por parte do governo dos EUA a Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Paulo Gonet e seus familiares.

Circulam ainda rumores sobre a situação do filho de Barroso, Bernardo Barroso, que atua em Miami e estaria sob risco de deportação.

 “Perdeu, mané” volta a circular

Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro resgataram a frase “Perdeu, mané”, dita por Barroso a um manifestante em 2022, nos EUA, e agora usada de forma irônica diante da crise com Washington.

A situação evidencia o nível crítico da crise entre os Poderes no Brasil, agora com repercussões geopolíticas. Enquanto bolsonaristas veem nas medidas internacionais uma vitória simbólica, setores moderados alertam para o risco de isolamento diplomático e prejuízos econômicos graves.

 Rumo incerto

Com o recesso parlamentar se encerrando em 4 de agosto, cresce a pressão sobre o Congresso Nacional para que haja uma resposta institucional que evite o agravamento da crise. Especialistas temem que a disputa entre STF, bolsonarismo e agora o governo dos EUA possa mergulhar o país em uma instabilidade jurídica e diplomática prolongada.

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Bruno Rigacci

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