Preta Gil morre aos 50 anos
A música brasileira perdeu uma de suas vozes mais marcantes neste domingo. Preta Gil, cantora, atriz e produtora cultural, faleceu aos 50 anos, em Nova York (EUA), após uma longa batalha contra um câncer de intestino diagnosticado em janeiro de 2023. Ela estava nos Estados Unidos desde maio deste ano, onde buscava um novo tratamento após esgotar as possibilidades terapêuticas no Brasil.
Filha do cantor Gilberto Gil com a empresária Sandra Gadelha, Preta deixa um único filho, Francisco Gil, de 30 anos, fruto do relacionamento com o ator Otávio Muller. Francisco é integrante do grupo musical Gilsons, formado por membros da terceira geração da família Gil.
Uma luta corajosa e pública
Preta Gil enfrentou a doença de forma aberta, compartilhando sua rotina de tratamentos e internações com os fãs nas redes sociais. Sempre otimista, declarou antes de embarcar para os Estados Unidos:
“Vou voltar curada, se Deus quiser.”
O diagnóstico veio após um mal-estar em casa, quando uma tomografia revelou um tumor no reto. A cantora iniciou imediatamente o tratamento com quimioterapia e passou a utilizar uma bolsa de colostomia temporária, retirada quando o tumor entrou em remissão.
Contudo, em agosto de 2023, exames de rotina revelaram a presença de metástase no peritônio, além de linfonodos comprometidos e uma lesão no ureter, complicações que marcaram o agravamento do quadro clínico. Em dezembro, Preta foi submetida a uma cirurgia de mais de 30 horas e passou a virada do ano internada.
Um ano de despedidas e resistências
Em 2025, a artista passou boa parte do tempo em hospitais. Em fevereiro, deixou o Hospital Sírio-Libanês e emocionou os fãs ao participar do Carnaval de Salvador, assistindo à folia da janela do Camarote 2222, de sua família. Em abril, viveu um de seus últimos momentos públicos marcantes: cantou ao lado do pai, Gilberto Gil, em um show da turnê de despedida do músico.
Mesmo nos momentos mais difíceis, Preta manteve sua presença carismática, seu bom humor e o engajamento nas causas sociais e culturais. Uma das vozes mais ativas no combate ao preconceito, ao racismo e à gordofobia, Preta Gil deixa um legado de coragem, representatividade e autenticidade.
Repercussão
A notícia da morte gerou comoção nas redes sociais. Artistas, políticos e fãs prestam homenagens à cantora, cuja trajetória artística e ativismo marcaram a cultura brasileira nas últimas duas décadas. O velório e o translado do corpo para o Brasil ainda não tiveram detalhes divulgados.
Preta Gil parte deixando uma história de amor à música, à arte e à liberdade de ser quem se é — com todas as cores, sons e lutas que carregava em sua voz.