Lula desafia novamente Trump com frase em tom de ameaça
Em entrevista exclusiva à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom ao criticar as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a imposição de novas tarifas contra produtos brasileiros. A fala gerou repercussão imediata e aumenta a tensão diplomática entre os dois países.
“Trump não foi eleito para ser imperador do mundo. Os Estados Unidos precisam entender que decisões econômicas unilaterais afetam o planeta inteiro”, declarou Lula durante a conversa transmitida mundialmente.
A crítica direta veio após Trump justificar, de maneira pouco convencional, a decisão de sobretaxar exportações brasileiras:
“Porque eu sou capaz de fazer isso. Ninguém mais seria capaz”, disse o presidente americano na terça-feira (15), ao ser questionado por jornalistas sobre o motivo das tarifas. Quando indagado se havia algum respaldo em critérios de segurança nacional, Trump respondeu secamente:
“Queremos tarifas e queremos que o dinheiro entre nos EUA.”
Lula reage: soberania e cooperação
Durante a entrevista, Lula reforçou a importância da soberania nacional e do respeito às regras multilaterais. Para ele, a atitude americana representa um retrocesso na ordem internacional:
“As nações precisam cooperar, não agir como se houvesse um dono do mundo. O Brasil não aceita ser tratado como um satélite de Washington.”
Consequências em aberto
A escalada verbal entre os dois líderes preocupa analistas internacionais e empresários brasileiros, especialmente exportadores do setor agrícola e siderúrgico, que podem ser os mais afetados pelas tarifas. Há receios de que o confronto avance para retaliações comerciais ou prejuízos diplomáticos mais profundos, colocando em risco parcerias bilaterais e investimentos.
Embora Lula tenha sido enfático em sua defesa da autonomia brasileira, críticos apontam que o Brasil pode estar se envolvendo em uma disputa assimétrica:
“Lula segue comprando uma briga que não pode vencer”, afirmou um diplomata ouvido sob condição de anonimato. “Os EUA, sob Trump, não seguem mais o jogo tradicional da diplomacia. O risco de retaliação econômica é real.”
Contexto tenso
Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem adotado medidas protecionistas semelhantes às de seu primeiro mandato, com tarifas unilaterais e retórica agressiva contra parceiros comerciais. A nova rodada de tarifas contra o Brasil pegou o governo de surpresa e ocorre em meio a um cenário global de incertezas econômicas.
A Itamaraty ainda não divulgou nota oficial sobre as declarações, mas fontes internas afirmam que o Brasil deve acionar mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC) caso as tarifas não sejam revistas.
A fala de Lula, embora vista como uma defesa firme da soberania brasileira, também amplia a polarização global e pode ter efeitos duradouros na relação bilateral com os Estados Unidos sob o governo Trump.