Trump volta a defender Bolsonaro e manda novo recado a Lula (veja o vídeo)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (11) que poderá conversar com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as tarifas de 50% impostas ao Brasil, mas descartou qualquer diálogo imediato. Durante entrevista coletiva na Casa Branca, Trump reforçou seu apoio declarado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou a forma como Lula tem conduzido questões internas.

“Talvez [a conversa com Lula] aconteça em algum momento, mas não agora. Ele está tratando o presidente Bolsonaro de forma muito injusta”, afirmou Trump, em tom direto. “Eu o conheço bem, já negociei com ele. Posso te falar que ele é um homem muito honesto e ama o povo brasileiro.”

A declaração ocorre num momento delicado das relações diplomáticas entre Brasília e Washington, com o governo americano impondo uma das maiores tarifas da história recente contra produtos brasileiros, atingindo setores estratégicos da economia nacional.

Brasil lidera lista de países penalizados

A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi oficialmente comunicada a Lula na última quarta-feira (9), por meio de uma carta formal da Casa Branca. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e coloca o Brasil no topo de uma lista com 22 países afetados por barreiras comerciais elevadas.

A justificativa americana, segundo autoridades ligadas ao Departamento de Comércio, seria o “desequilíbrio nas relações comerciais e a necessidade de proteger a indústria americana de práticas concorrenciais desfavoráveis”.

No entanto, analistas veem na medida uma clara sinalização política, especialmente diante do apoio explícito de Trump ao bolsonarismo e das recentes trocas de farpas entre os dois países sobre temas como meio ambiente, liberdade de expressão e geopolítica global.

Clima de tensão cresce entre Planalto e Casa Branca

O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou oficialmente sobre a nova fala de Trump, mas fontes próximas ao Itamaraty classificaram a postura do líder norte-americano como “provocativa” e “ideologicamente orientada”.

Integrantes da diplomacia brasileira avaliam que a defesa pública de Bolsonaro por parte de Trump pode dificultar ainda mais uma tentativa de reaproximação entre os dois governos. Além disso, o tom de crítica ao governo Lula coloca pressão sobre as já frágeis relações comerciais entre as duas maiores democracias do continente.

Próximos passos

Com o prazo correndo até a entrada em vigor das novas tarifas, o governo Lula terá que decidir entre:

  • Buscar um canal diplomático direto com Washington, mesmo com o sinal negativo de Trump neste momento;

  • Recorrer a mecanismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), contra a medida;

  • Ou apostar em aliados comerciais alternativos, como China e União Europeia, para compensar as perdas no mercado americano.

Enquanto isso, o apoio explícito de Trump a Bolsonaro continua dando munição política à oposição brasileira — e adicionando mais lenha à fogueira da polarização nacional.

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Bruno Rigacci

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