“Deixem Bolsonaro em paz!”: O fenomenal impacto mundial da frase de Donald Trump

Uma frase curta, publicada no Truth Social, bastou para incendiar o cenário político brasileiro e provocar repercussões diplomáticas internacionais. Em sua conta oficial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu: “Leave Bolsonaro alone!” (“Deixem Bolsonaro em paz!”), em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de múltiplas investigações no Brasil, especialmente por seu papel nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A declaração teve impacto imediato. Apoiadores de Bolsonaro comemoraram como um gesto de reconhecimento internacional, enquanto o governo brasileiro reagiu com firmeza. A mensagem de Trump veio após Bolsonaro ser impedido pelo Supremo Tribunal Federal de deixar o país, o que o barrou de comparecer à cerimônia de posse do próprio Trump em Washington — um gesto que frustrou setores da direita internacional.

Nota oficial dos EUA agrava cenário

No dia seguinte, o Departamento de Estado dos EUA divulgou uma nota contundente:

“Jair Bolsonaro e sua família têm sido parceiros sólidos dos EUA. A perseguição política contra eles é uma vergonha e está muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil.”

A mensagem oficial foi lida no Itamaraty como uma intromissão explícita nos assuntos internos do Brasil. A diplomacia brasileira optou por não convocar o embaixador nos EUA, mas deixou claro que monitora os desdobramentos com atenção redobrada. Internamente, o governo Lula teme que o gesto reanime a base bolsonarista num momento de aparente retração.

Lula reage: “Brasil não aceita interferência”

Em discurso durante evento do BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi direto:

“O Brasil não aceita interferência de ninguém. Somos uma democracia madura, e nossas instituições funcionam.”

O Partido dos Trabalhadores (PT) também emitiu nota dura, classificando a declaração como tentativa de “desestabilização democrática” e “alinhamento com forças antidemocráticas globais”.

Repercussão internacional: conservadorismo em movimento

A imprensa global destacou o gesto como parte de uma reorganização das forças conservadoras no mundo:

  • The Guardian: “Forte defesa do ex-presidente brasileiro.”

  • BBC: “Resposta imediata de Lula após fala de Trump.”

  • Al Jazeera: “Estratégia para proteger colega da direita.”

  • Le Monde: “Trump e Lula entram em choque.”

  • Washington Post: “Comparações entre as perseguições a Trump e Bolsonaro.”

Analistas veem a nota dos EUA não como um ato isolado, mas como parte do projeto de Trump de reconfigurar a política externa americana com base na doutrina “America First” — agora expandida a alianças ideológicas com líderes da direita global.

Eduardo Bolsonaro e os bastidores da direita internacional

Fontes diplomáticas apontam que o gesto dos EUA também tem relação com a atuação de Eduardo Bolsonaro nos bastidores internacionais, especialmente junto ao Partido Republicano e influentes think tanks conservadores nos EUA e Europa. Esse movimento fortalece a imagem de que, mesmo fora do poder, a direita brasileira continua com relevância geopolítica.

Impactos potenciais nas relações bilaterais

Embora a nota do Departamento de Estado não tenha efeito jurídico, ela pode influenciar negociações em áreas sensíveis como meio ambiente, comércio e cooperação em segurança. Diplomatas brasileiros já discutem reforçar alianças com a Europa, China e outros países do BRICS para contrabalançar um possível distanciamento dos EUA.

Países sul-americanos liderados por governos progressistas — como Chile, Colômbia e Venezuela — manifestaram preocupação com a interferência americana. Por outro lado, líderes de direita, como Santiago Peña (Paraguai), demonstraram simpatia pela aproximação entre Trump e Bolsonaro.

Bolsonaro em ascensão simbólica

Para os bolsonaristas, a fala de Trump funciona como um selo de legitimidade internacional. A retórica de “perseguição política” voltou a ganhar tração nas redes sociais, com influenciadores impulsionando a narrativa de que “o mundo está vendo” a injustiça contra o ex-presidente.

A base bolsonarista, que vinha enfrentando desgaste, voltou a se mobilizar. O STF tornou-se novamente alvo preferencial de críticas, e a frase “Deixem Bolsonaro em paz!” já estampa camisetas, hashtags e vídeos virais.

Eleições 2026 no horizonte

Com as eleições presidenciais brasileiras de 2026 se aproximando, o gesto de Trump deve ser explorado por candidatos da direita como um símbolo de força e resistência. A oposição tentará transformar a frase em capital eleitoral, sugerindo que Bolsonaro continua influente e injustiçado.

Conclusão: crise diplomática em formação?

Embora ainda incipiente, a tensão entre os governos Lula e Trump pode evoluir para a mais séria crise diplomática entre Brasil e EUA desde a redemocratização. Caso haja sanções, manifestações em organismos internacionais ou mudanças em acordos bilaterais, a relação bilateral pode entrar em terreno perigoso.

A frase de Trump foi mais do que um gesto de amizade: foi uma declaração política com repercussões globais. O Brasil, mais uma vez, encontra-se no centro do tabuleiro ideológico mundial.

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Bruno Rigacci

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