Retórica do “nós contra eles” confirma intenção maldita do PT
Em meio ao cenário político cada vez mais polarizado, o comentarista e empresário Leandro Ruschel, conhecido por suas posições conservadoras, publicou uma análise crítica em suas redes sociais afirmando que o Partido dos Trabalhadores (PT) teria ambições autoritárias semelhantes ao regime chavista da Venezuela. Segundo Ruschel, o partido adota uma retórica de “nós contra eles” e buscaria consolidar uma espécie de ditadura de esquerda no país, enquanto acusa seus adversários de “golpistas”.
Para o analista, o PT ainda não teria levado esse suposto projeto adiante apenas por falta de condições materiais e políticas para eliminar a oposição. Ele também argumenta que a liberdade política no Brasil já estaria comprometida, com opositores sendo, em suas palavras, “censurados, perseguidos — e até presos”.
Ruschel critica ainda a aliança atual entre o PT e o chamado Centrão, grupo de partidos de centro-direita que ocupa cargos estratégicos no governo Lula. Embora classifique o bloco como “não exatamente defensor das liberdades individuais”, ele considera que o Centrão atua como uma barreira contra um possível avanço autoritário petista.
“Torço para que se devorem”, conclui Ruschel, referindo-se à tensão interna entre as alas do governo.
As declarações geraram reações nas redes sociais e foram replicadas por influenciadores de direita. Do outro lado, lideranças do PT e parlamentares governistas acusaram o comentarista de propagar desinformação e radicalizar o discurso contra instituições democráticas.
PT e governo rebatem acusações
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva negam qualquer tentativa de cercear liberdades ou seguir o modelo de regimes autoritários. Em entrevistas recentes, ministros do governo defenderam a atuação das instituições brasileiras e acusaram setores da oposição de tentarem deslegitimar o processo democrático com alegações infundadas.
“O que se vê são setores inconformados com o resultado das eleições tentando criar uma narrativa de perseguição, quando o que há é o cumprimento da lei. Não existe ditadura, existe democracia com seus limites e responsabilidades”, afirmou um interlocutor do Planalto sob reserva.
Especialistas também dividem opiniões. Enquanto alguns analistas alertam para os riscos de narrativas extremadas de ambos os lados do espectro político, outros destacam que a judicialização de embates políticos — como a prisão de manifestantes golpistas após os atos de 8 de janeiro — não pode ser confundida com perseguição sistemática à oposição.
O episódio expõe mais uma vez o nível de polarização política no país e o desafio de preservar o debate público sem descambar para o autoritarismo, seja de direita ou de esquerda.