Depois de arruinar os Correios, presidente da empresa toma uma atitude

Pressionado por uma grave crise financeira e por crescentes críticas à condução da estatal, o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Fabiano Silva dos Santos, apresentou sua renúncia ao cargo nesta semana. A carta de renúncia foi encaminhada ao Palácio do Planalto e marca o fim de uma gestão abalada por resultados negativos expressivos.

A situação dos Correios se agravou drasticamente nos últimos anos. Somente em 2024, a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, número que representa quatro vezes o déficit do ano anterior. Em 2025, o cenário permanece crítico: o primeiro trimestre já fechou com um rombo de R$ 1,6 bilhão.

Os principais fatores por trás da crise incluem queda nas receitas, provocada pela perda de mercado para empresas privadas de logística e comércio eletrônico, e aumento das despesas operacionais. A defasagem tecnológica e o engessamento estrutural da estatal também são apontados como entraves para sua recuperação.

Críticos da gestão de Fabiano Silva dos Santos acusam o agora ex-presidente de ter sido lento na adoção de medidas corretivas. Só recentemente a estatal anunciou um plano para vender imóveis ociosos, abrir um programa de demissões voluntárias (PDV) e lançar um marketplace em parceria com a Infracommerce, tentando reposicionar os Correios no competitivo mercado digital. Avaliações internas e externas, no entanto, consideram que tais medidas foram tardias e insuficientes.

A renúncia de Silva dos Santos abre caminho para um novo comando na empresa em um momento delicado. A expectativa é de que o governo Lula anuncie em breve o nome do substituto, que terá o desafio de reverter a deterioração financeira da estatal, redefinir seu papel no mercado e enfrentar pressões por eficiência, digitalização e transparência.

Fundados em 1663, os Correios são uma das mais antigas instituições do Brasil. Já foram estratégicos para o Estado, mas vêm perdendo espaço para empresas privadas e enfrentam, ano após ano, dificuldades para se adaptar ao novo cenário de comunicações e logística.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies