A vergonhosa posição da Band sobre agressão de repórter ao vivo (veja o vídeo)
Na tarde de terça-feira, 1º de julho, um episódio lamentável marcou a cobertura jornalística de um caso policial em São Paulo. Durante transmissão ao vivo, o repórter Lucas Martins, da Band, foi acusado de agredir fisicamente a jornalista Grace Abdou, da Record. As imagens foram exibidas simultaneamente pelos programas Brasil Urgente (Band) e Cidade Alerta (Record), e chocaram o público pela violência em pleno exercício da profissão.
Em nota oficial, a Record TV, emissora da vítima, informou que Grace Abdou registrou um boletim de ocorrência e que “tomará as medidas judiciais cabíveis”. A empresa ainda prestou solidariedade à repórter e classificou o episódio como “inaceitável”.
Já a Band adotou um tom mais brando. Em comunicado divulgado na noite de terça-feira, a emissora reconheceu o episódio, mas limitou-se a advertir internamente o repórter Lucas Martins, sem anunciar qualquer outra sanção disciplinar, como suspensão ou afastamento.
Leia a íntegra da nota da Band:
“A Band vem a público reafirmar seu compromisso, ao longo de seus 58 anos de história, com o respeito mútuo entre os profissionais da imprensa. A emissora sempre valorizou e respeitou a atuação das mulheres, que ocupam espaços de destaque nas redações e demais setores.
A empresa não compactua com o episódio envolvendo o repórter Lucas Martins e a jornalista Grace Abdou, da Record TV. Ressaltamos que Lucas possui uma longa trajetória profissional na Band, sem registros de condutas semelhantes. Ele foi advertido e já se retratou publicamente em relação ao ocorrido.
A Band se coloca à disposição da jornalista e da Record TV com o sincero desejo de que o episódio seja superado e situações como essa não se repitam”.
Reações
A resposta da Band foi alvo de críticas nas redes sociais, com internautas e entidades ligadas à comunicação e ao jornalismo cobrando uma postura mais firme da emissora. “Advertência é pouco para um caso de agressão, ainda mais ao vivo, com testemunhas em tempo real”, comentou um usuário no X (antigo Twitter).
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e da liberdade de imprensa também repercutiram o caso e pediram investigação rigorosa. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) ainda não haviam se manifestado até o fechamento desta edição.
Enquanto isso, o caso agora segue nas mãos da polícia e da Justiça. Grace Abdou, que se pronunciou brevemente nas redes, disse estar “abalada, mas firme” e agradeceu o apoio recebido.