Imagens na Paulista de repúdio a Moraes serão enviadas à Casa Branca

A Avenida Paulista foi palco, neste domingo (29), de uma manifestação popular de grandes proporções, marcada por palavras de ordem contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e por pedidos de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Com a via tomada por uma multidão, inúmeros cartazes podiam ser vistos exigindo punições e sanções ao magistrado, acusado pelos manifestantes de abusos de autoridade e perseguição política. Além disso, foi entoado repetidamente o coro por “anistia já”, em defesa dos que consideram presos políticos do atual governo.

Um dos momentos de maior repercussão da manifestação foi a mobilização virtual promovida pelo jornalista Paulo Figueiredo, que, dos Estados Unidos, convocou os manifestantes a postarem fotos de cartazes escritos em inglês, especificamente com mensagens pedindo sanções internacionais contra Alexandre de Moraes. A proposta, segundo Figueiredo, é levar as imagens diretamente à Casa Branca.

“Coloque aqui APENAS imagens dos seus cartazes na Paulista em inglês e/ou pedindo sanções contra o Alexandre! Não precisa mostrar o seu rosto. Eu vou fazer, pessoalmente, com que estas imagens cheguem à Casa Branca!”, escreveu o jornalista em suas redes sociais.

O apelo foi prontamente atendido por seus seguidores, que inundaram os comentários com imagens de faixas e cartazes contendo mensagens como “Sanction Alexandre de Moraes” e “Justice for January 8 Political Prisoners”.

A manifestação expôs mais uma vez a polarização política que segue intensa no país. Enquanto parte da sociedade vê os atos do 8 de janeiro como tentativa de golpe contra o regime democrático, outra parte sustenta a tese de perseguição política e exige responsabilização de autoridades do Judiciário que, segundo esses grupos, agem com parcialidade.

Até o momento, nem o STF nem o ministro Alexandre de Moraes se manifestaram oficialmente sobre os protestos ou os pedidos de sanções internacionais.

A iniciativa de tentar envolver a Casa Branca em questões internas brasileiras, no entanto, divide juristas e analistas políticos. Alguns enxergam o gesto como inócuo e meramente simbólico, enquanto outros alertam para a escalada na judicialização da política e no tensionamento institucional entre cidadãos e o Poder Judiciário.

Fato é que a avenida Paulista, mais uma vez, foi palco não apenas de protesto, mas de um embate simbólico sobre os rumos da democracia no Brasil.

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Bruno Rigacci

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