Ex-deputado é finalmente condenado pelo assassinato de médico, namorado de sua ex-mulher

O Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou, nesta segunda-feira (23), o ex-deputado estadual Geraldo Moreira da Silva a 16 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi considerado o mandante do assassinato do médico Carlos Alberto Peres Miranda, ocorrido em 14 de março de 2008, na Tijuca, zona norte da capital fluminense.

Segundo o Ministério Público, o crime teve como pano de fundo uma disputa patrimonial. À época, Carlos Alberto namorava Leila Costa, ex-esposa de Geraldo Moreira. O ex-deputado acreditava que o médico estava influenciando Leila nas negociações de partilha de bens, especialmente no que dizia respeito a um imóvel de alto valor em Ipanema, zona sul da cidade, reivindicado por ele.

De acordo com a acusação, Geraldo Moreira ordenou o crime por meio do policial militar Marcelo Brasil Gonçalves, que ficou responsável por contratar os executores. O assassinato foi executado por Leandro Rosa da Silva e Ulisses Matheus Costa, que emparelharam a moto com o carro do médico e efetuaram diversos disparos.

A investigação revelou ainda que Ailton Silva Diniz e Ivan Luiz Bayer participaram do planejamento logístico do crime. Ulisses receberia R$ 10 mil pela execução, enquanto Leandro teria sido pago em R$ 5 mil.

O júri popular reconheceu a existência de motivo torpe, premeditação e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, configurando homicídio qualificado. A condenação representa um desfecho para um caso que se arrastava há mais de 16 anos e que chocou a comunidade médica e política do Rio de Janeiro.

A defesa de Geraldo Moreira ainda não informou se recorrerá da sentença. Já os demais envolvidos no crime respondem a processos em graus distintos de andamento judicial.

Relembre o caso:

  • Data do crime: 14 de março de 2008

  • Local: Tijuca, zona norte do Rio

  • Vítima: Carlos Alberto Peres Miranda, médico

  • Mandante: Geraldo Moreira da Silva, ex-deputado estadual

  • Motivação: Disputa patrimonial envolvendo ex-mulher

  • Execução: Moto emparelhada com carro da vítima; vários disparos

  • Pagamentos prometidos: R$ 10 mil e R$ 5 mil aos executores

A sentença marca um capítulo importante no combate à impunidade de crimes encomendados por figuras públicas com influência política.

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Bruno Rigacci

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