Surge mais uma possível “falcatrua” praticada por Erika Hilton, envolvendo dinheiro público
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se tornou o centro de uma nova controvérsia em Brasília após o reembolso de uma cirurgia de R$ 24 mil realizada com recursos da Câmara dos Deputados. A intervenção, segundo a própria parlamentar, teve finalidade funcional, mas incluiu também um procedimento estético na região nasal — parte esta que, segundo ela, foi custeada com recursos próprios.
A justificativa, no entanto, levantou suspeitas. Nesta quarta-feira (25), os parlamentares Kim Kataguiri (União-SP) e Guto Zacarias (PL-SP) protocolaram uma notícia de fato no Ministério Público Federal (MPF), solicitando a abertura de inquérito para apurar possível prática de improbidade administrativa. A denúncia foi encaminhada à Procuradoria da República no Distrito Federal.
O questionamento principal gira em torno da combinação dos dois procedimentos — funcional e estético — no mesmo ato cirúrgico. Para Kataguiri e Zacarias, isso pode ter resultado na diluição dos custos estéticos na fatura médica coberta com dinheiro público. “É, no mínimo, estranho que uma cirurgia financiada com verba pública seja realizada conjuntamente com uma intervenção estética”, diz o documento.
A representação cita o artigo 9º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992), que trata do uso indevido de recursos públicos em benefício próprio.
Caso dos maquiadores também é alvo de investigação
A deputada Erika Hilton também enfrenta uma representação no Conselho de Ética da Câmara, protocolada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), por ter contratado dois ex-maquiadores como assessores parlamentares. Os profissionais, identificados como Hass e Montiel, teriam conhecido a deputada por meio de trabalhos de maquiagem, mas, segundo Hilton, posteriormente demonstraram habilidades em outras áreas e foram incorporados à equipe como secretários parlamentares.
“Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo meus secretários parlamentares”, afirmou Hilton em entrevista recente.
O episódio repercutiu amplamente nas redes sociais, com críticas sobre o suposto desvio de finalidade na contratação de assessores parlamentares. Embora a contratação de assessores seja prerrogativa dos parlamentares, o uso das funções para atividades pessoais pode configurar desvio de função e gerar sanções administrativas e até judiciais.
Defesa e repercussão
Procurada, Erika Hilton não se manifestou oficialmente sobre a nova representação no MPF até o momento. Em pronunciamentos anteriores, ela afirmou que os ataques fazem parte de uma campanha de perseguição motivada por sua atuação política e por ser uma figura pública trans e de esquerda.
Integrantes do PSOL avaliam que a ação de seus adversários visa desgastar politicamente a deputada em um momento de crescente visibilidade, especialmente após sua atuação em comissões relacionadas a direitos humanos e pautas de diversidade.
Já parlamentares da oposição afirmam que as investigações são necessárias para garantir transparência no uso dos recursos públicos. “Não se trata de perseguição, mas de responsabilidade com o dinheiro do contribuinte”, disse Kataguiri nas redes sociais.
O caso agora está sob análise do Ministério Público Federal, que decidirá se há elementos suficientes para instaurar um inquérito civil ou eventualmente propor ação judicial.