A confirmação da vitória de Trump: Irã admite que suas instalações nucleares foram severamente danificadas

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, confirmou nesta quarta-feira (26) que as instalações nucleares iranianas foram “severamente danificadas” nos recentes ataques realizados pelos Estados Unidos com bombardeiros furtivos B-2. A operação, conduzida com apoio logístico e estratégico de Israel, teria como alvo principal as capacidades de enriquecimento de urânio do país persa.

“Nossas instalações nucleares foram severamente danificadas, com certeza”, afirmou Baghaei em entrevista a jornalistas em Teerã.

Apesar da admissão do impacto, o diplomata iraniano evitou declarar uma ruptura total com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirmando que o projeto de lei aprovado hoje pelo Parlamento prevê apenas a suspensão das inspeções, e não o encerramento definitivo da cooperação com o órgão da ONU.

“O Irã está determinado a preservar seu direito de desenvolver um programa de energia nuclear em qualquer circunstância”, enfatizou.

Parlamento iraniano suspende cooperação com a AIEA

Horas antes da declaração de Baghaei, o Parlamento iraniano havia aprovado, em resposta aos bombardeios, a suspensão imediata da colaboração com os inspetores da AIEA — medida que agrava ainda mais as tensões diplomáticas e compromete qualquer tentativa de monitoramento internacional sobre as atividades nucleares do país.

A decisão representa uma virada significativa na já deteriorada relação entre Teerã e o Ocidente, especialmente após os EUA e Israel declararem o sucesso da operação militar conjunta.

Trump e Israel comemoram ação militar: “Programa atrasado por anos”

Nos EUA, o presidente Donald Trump celebrou os ataques em tom de triunfo, classificando-os como uma vitória geoestratégica.

“Levará anos para o Irã se recuperar. Eles não vão enriquecer nada tão cedo”, disse Trump durante a cúpula da OTAN, ao comentar um relatório da inteligência americana que estimava o adiamento do programa nuclear iraniano em “alguns meses”.

Já o enviado especial de Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, declarou que os EUA e Israel “alcançaram o objetivo de destruição total da capacidade de enriquecimento do Irã”. Segundo ele, até mesmo o pré-requisito de Teerã para futuras negociações — que Israel encerrasse sua campanha militar — já teria sido cumprido.

O porta-voz militar israelense, brigadeiro-general Effie Defrin, reforçou a posição de Washington:

“As instalações nucleares do Irã sofreram danos significativos. Avaliamos que seu programa foi atrasado em anos.”

Crise sem precedentes e incerteza no Oriente Médio

A confirmação dos danos pelas autoridades iranianas e a reação das potências ocidentais elevam o nível de instabilidade no Oriente Médio. A retaliação por parte do Irã é agora considerada inevitável por analistas, enquanto a comunidade internacional teme uma escalada mais ampla do conflito, com repercussões globais.

Enquanto isso, observadores aguardam os próximos passos do governo iraniano, especialmente quanto à retomada — ou abandono definitivo — da diplomacia com a AIEA e os países signatários do acordo nuclear de 2015 (JCPOA), agora praticamente suspenso de fato.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies