Bonner “surta”
Durante o festival Cannes Lions 2025, realizado na França, William Bonner, editor‑chefe e apresentador do Jornal Nacional, voltou a expressar seu incômodo com o protagonismo das redes sociais e o novo cenário da informação. Em declarações ao site Meio & Mensagem, Bonner disse que as plataformas digitais representam um “enorme problema para a humanidade” e culpou a internet pela disseminação de opiniões divergentes e pela queda na audiência do telejornal .
“Estamos lidando com esse mal, com as bolhas, com a intolerância crescente, com as pessoas se recusando a ouvir os diferentes e ainda tornando os diferentes seus alvos, porque inimigos”, afirmou o jornalista, referindo-se à polarização exacerbada e ao isolamento entre grupos ideológicos .
Bonner também defendeu o papel do Jornal Nacional como filtro e referência moral na informação:
“Ele vai organizar as coisas, ele vai contextualizá-las”, afirmou, reforçando a missão do telejornal não apenas de comunicar, mas de ajudar a compreender os fatos, sob a perspectiva da emissora .
Repercussão e reações
Nas redes sociais e fóruns, a crítica de Bonner gerou discussões acaloradas. Um comentário no Reddit resumiu bem a opinião contrária ao discurso do âncora:
“Esses comunicadores têm que aprender a jogar no campo das mídias alternativas e falar a linguagem que influencia o povo…”
Outro usuário destacou um ponto frequentemente citado: nem sempre são as plataformas em si, mas o comportamento humano que amplifica divisões:
“O problema é a internet não, o problema são as pessoas… a forma que as informações se manifestam quase como ‘fofoca’”
Esses debates refletem um contraponto ao discurso de Bonner: em vez de responsabilizar apenas as tecnologias, analistas mencionam a necessidade de educação digital, regulação equilibrada e mediação humana para lidar com o impacto das redes.
Contexto mais amplo
O Jornal Nacional enfrenta queda de audiência constante, com concorrência crescente de plataformas digitais e streaming.
O posicionamento de Bonner representa o desconforto da “velha mídia” frente ao poder da descentralização informacional.
A discussão ganha importância no momento em que o Brasil debate regras sobre redes sociais, desinformação, bolhas ideológicas e saúde mental na era digital.
Conclusão
As declarações de Bonner em Cannes refletem um momento de tensão entre meios tradicionais de comunicação e o universo digital em expansão. Ao culpar as redes sociais pelas bolhas, intolerância e perda de audiência, ele lança luz sobre questões urgentes — mas enfrenta contrapontos que apontam para fatores culturais e estruturais no comportamento humano.