Quem era Juliana, brasileira que morreu em trilha na Indonésia
A brasileira Juliana Marins, de 27 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos vulcões ativos mais famosos da Indonésia, localizado na Ilha de Lombok. A informação foi confirmada pela família por meio das redes sociais.
Juliana estava em um mochilão solo pelo sudeste asiático e havia passado por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia. Nas redes sociais, amigos e seguidores a descreviam como uma jovem sonhadora e aventureira, apaixonada por viagens e natureza.
Trilha perigosa e resgate complexo
A queda ocorreu por volta das 4h da manhã de sábado (21), no horário local, enquanto Juliana subia uma das trilhas que levam ao cume do Monte Rinjani — percurso famoso por sua beleza, mas também pelos riscos. A trilha contorna penhascos e bordas da cratera do vulcão e já foi cenário de outros acidentes fatais ao longo dos anos.
O resgate foi dificultado por condições meteorológicas adversas, baixa visibilidade e pelo fato de a queda ter ocorrido em uma região remota, de difícil acesso. A área fica a cerca de quatro horas do centro urbano mais próximo e integra o Parque Nacional do Monte Rinjani, com mais de 41 mil hectares.
Segundo a família, a operação de busca mobilizou alpinistas profissionais e o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, incluindo contato direto do embaixador brasileiro na Indonésia com autoridades locais de combate a desastres.
Jovem com trajetória marcante na comunicação
Natural de Niterói (RJ), Juliana Marins era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde dezembro de 2021. No início da carreira, trabalhou em canais como Multishow e Off, atuando com produção e conteúdo digital.
“Juliana se destacou por sua proatividade e criatividade excepcionais. Sua habilidade em conduzir processos do início ao fim, especialmente em projetos com talentos e influenciadores, era admirável”, destacou Flávia Alvarenga, ex-supervisora da jovem, nas redes sociais.
Além da comunicação, Juliana era apaixonada por esportes e aventuras. Praticava pole dance, natação e mantinha um perfil no Instagram onde compartilhava suas experiências de viagem. A última postagem, feita em 10 de junho, mostrava momentos alegres na Indonésia e agora recebe centenas de mensagens de homenagem.
Uma vida intensa e inspiradora
Em uma publicação no dia 29 de maio, Juliana deu pistas sobre a intensidade emocional de viver uma longa viagem solo. Em um texto sensível, escreveu:
“Minhas emoções esse mês foram como as curvas de Ha Giang. […] Fazer uma viagem longa sozinha significa que o sentir vai sempre ser mais intenso e imprevisível do que a gente tá acostumado. E tá tudo bem, nunca me senti tão viva.”
A morte de Juliana gerou grande comoção nas redes sociais. Políticos, artistas e influenciadores se mobilizaram durante os dias de busca para cobrar apoio às operações. O Itamaraty informou que segue prestando assistência à família.
A história de Juliana, marcada por coragem, sensibilidade e sede por experiências, agora passa a simbolizar não só os riscos das grandes aventuras, mas também a beleza — e a vulnerabilidade — de viver com intensidade.