Criminalistas assumem defesa de Eduardo Kuntz e Marcelo Câmara no STF
As bancas dos renomados criminalistas Alberto Toron e Fábio Tofic assumiram, nesta semana, as defesas do advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz e do coronel Marcelo Costa Câmara no Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos são investigados por tentativa de obstrução de investigação criminal em um dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na estrutura de defesa, Alberto Zacharias Toron e Renato Marques Martins representarão Kuntz, enquanto Fábio Tofic e Mário Papaterra Limongi atuarão em nome do coronel Câmara, que é réu na ação penal relacionada à tentativa de golpe de Estado investigada pela Corte.
Kuntz comunicou ao STF, na semana passada, que manteve conversas com o tenente-coronel Mauro Cid por meio do Instagram entre janeiro e março de 2024. O conteúdo das mensagens foi apresentado em ata notarial anexada ao processo, com registros de conversas realizadas entre 29 de janeiro e 13 de março deste ano. O episódio ocorreu enquanto as investigações da Polícia Federal estavam em andamento, período em que Cid estava judicialmente proibido de usar redes sociais ou manter contatos relacionados ao caso.
O advogado atua na própria defesa de Câmara, que foi preso na semana passada por determinação de Moraes. De acordo com o ministro, há indícios de que o militar, por meio de seu advogado, tentou obter informações sigilosas sobre a delação premiada de Mauro Cid, delator central nas investigações sobre a trama golpista.
“São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado”, escreveu Moraes em sua decisão.
A apuração segue em sigilo no STF e integra um dos desdobramentos da investigação sobre a tentativa de interferência nos poderes constitucionais, especialmente na esteira dos ataques de 8 de janeiro e das articulações posteriores identificadas por órgãos de investigação.