Assessor de Lula abre o jogo e revela a “apatia” que se instalou no Planalto
Um clima de desânimo paira sobre o Palácio do Planalto. A avaliação, revelada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, partiu de um assessor direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e expõe o momento delicado vivido pelo núcleo do governo.
“Há um clima de apatia com as derrotas recentes no Congresso. A sensação geral é de busca de rumo. Como se o governo estivesse procurando uma bala de prata para dar uma virada”, afirmou o assessor, sob condição de anonimato.
A declaração surge em meio a uma sequência de reveses legislativos que acentuaram a sensação de estagnação da agenda do governo no segundo ano do terceiro mandato de Lula. Propostas importantes têm enfrentado resistência entre aliados e uma base considerada instável, tanto na Câmara quanto no Senado.
Derrotas no Congresso e Articulação Política Frágil
Nos últimos meses, o governo sofreu derrotas simbólicas, como a derrubada de vetos presidenciais, dificuldades para avançar com projetos prioritários e um ambiente de crescente desalinhamento entre o Planalto e o centrão — bloco que se tornou decisivo na articulação de poder em Brasília.
Apesar de contar com ministérios distribuídos estrategicamente entre partidos da base, o governo Lula tem encontrado dificuldades para consolidar apoio em votações-chave. A avaliação interna é de que a comunicação com o Congresso precisa ser “reinventada” e que há uma lacuna de liderança política na articulação.
Busca por Uma “Virada”
Diante do cenário adverso, o governo tenta encontrar uma estratégia que reverta a maré desfavorável. Segundo relatos de bastidores, Lula tem demonstrado irritação com o cenário e exigido mais empenho de seus articuladores. No entanto, a falta de resultados concretos alimenta a narrativa de que o governo patina sem uma direção clara.
Analistas políticos apontam que, a depender dos próximos meses, o Planalto precisará definir se buscará uma recomposição de forças ou se assumirá um discurso mais combativo. Em ambos os casos, o tempo joga contra, com o calendário eleitoral de 2026 já começando a influenciar o comportamento do Congresso.
Imagem em Xeque
As dificuldades no Congresso refletem-se também na imagem pública do governo. Pesquisas recentes indicam uma queda na aprovação de Lula, especialmente em segmentos que foram decisivos em sua eleição. A sensação de “fim de festa” mencionada no Planalto é, portanto, não apenas institucional, mas também simbólica: um governo que entrou com promessas de reconstrução, mas agora parece buscar um novo fôlego.