Sarcástico, Carlos Bolsonaro se manifesta após indiciamento e desmoraliza a PF

O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, recorreu ao sarcasmo e à ironia nas redes sociais para comentar seu indiciamento pela Polícia Federal no controverso inquérito conhecido como “Abin Paralela”. A investigação apura suposta existência de uma agência paralela de inteligência vinculada à Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro.

Sem mencionar diretamente o inquérito ou acusar órgão específico, Carlos publicou texto crítico em seu perfil, colocando em dúvida a seriedade das acusações e a firmeza dos indícios apresentados até o momento.

Comentário sarcástico (texto adaptado)

“Estou lendo um livro em que um cara qualquer, de verdade, tipo esse aí da foto, está sendo acusado pela Polícia Federal daquele país de organização criminosa ARMADA e TENTATIVA DE ABOLIÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. Em seus depoimentos, só lhe foram feitas perguntas ‘feijão com arroz’, às quais ele respondeu exatamente como a verdade e no apontamento da ‘corporação’ não aparece absolutamente nada que comprove ou aponte um MÍNIMO INDÍCIO de coisa alguma, mas no fim é assim; simples e objetivo.
Alguém que esteja lendo esse livro pode me explicar isso e mostrar APENAS UM FATO que sustente essa narrativa grotesca? Acho que o nome do livro é: Os juízes e justos estão deixando sua própria casa se transformar nisso?
O curioso é que me disseram que se tratava de um romance, mas está mais muito mais para uma comédia!”

No post, o vereador questiona a gravidade das acusações – “organização criminosa ARMADA e TENTATIVA DE ABOLIÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO” – ao afirmar que, em seu depoimento, enfrentou apenas perguntas “feijão com arroz” (básicas), teria respondido à altura e não teria sido citado qualquer indício robusto no relatório da Polícia Federal.

Contexto do inquérito

O chamado “inquérito da Abin Paralela” investiga possíveis irregularidades relacionadas a uma estrutura paralela de informações usada por integrantes do governo Bolsonaro, com foco em execução de ações de espionagem política, interferências ilegais e organização de um suposto aparato de inteligência paralelo.

Embora Carlos Bolsonaro não ocupe cargos na administração federal, sua responsabilização criminal no inquérito reforça o entendimento da Polícia Federal de que ele participaria de gestões escusas. A PF aponta indícios de organização criminosa, associação armada e ações voltadas a abalar a ordem democrática.

Reações e próximas etapas

A publicação gerou apoio entre seguidores conservadores, que endossaram a interpretação de que os indiciamentos são “sem base” e resultam de perseguição política. Já críticos afirmam que o sarcasmo do vereador contrasta com a gravidade das acusações — que envolvem possível crime organizado e atentado contra pilares democráticos.

Especialistas em direito e política comentam que o inquérito ainda passa por fases preliminares: diligências, coleta de provas e oitiva de envolvidos. O caso deverá seguir para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferece denúncia. A partir daí, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) avaliar o prosseguimento ou não de ação penal, dependendo do foro competente.

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Bruno Rigacci

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