Cid diz que é tudo “falso”, mas o print é eterno…
Uma reportagem publicada pela revista Veja nesta sexta-feira (13) revelou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teria utilizado um perfil alternativo no Instagram — identificado como @gabrielar702 — para se comunicar de forma clandestina, mesmo estando sob medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a publicação, Cid teria trocado mais de 200 mensagens em um período de 40 dias, utilizando a conta para enviar textos, áudios, fotos e até realizar chamadas de vídeo. As mensagens abordariam desde temas pessoais e familiares até assuntos sensíveis relacionados à sua colaboração premiada com as autoridades.
Ainda segundo a revista, entre os conteúdos compartilhados estariam:
Links de reportagens críticas ao STF;
Discussões sobre estratégias jurídicas com os advogados Cezar Bitencourt e Jair Alves Pereira;
Imagens privadas e informações confidenciais.
A suspeita levanta preocupações sobre uma possível tentativa de driblar as restrições judiciais impostas pelo Supremo, que determinavam limites de comunicação e monitoramento de atividades digitais enquanto Cid colabora com as investigações envolvendo o entorno de Bolsonaro e possíveis ações golpistas.
Defesa nega
Em nota, Mauro Cid negou ter usado qualquer perfil falso para se comunicar e afirmou que a acusação é “falsa”. No entanto, segundo a Veja, capturas de tela (“prints”) e registros digitais atestariam a movimentação da conta.
A expressão usada na reportagem — “o print é eterno” — sugere que a equipe da revista teve acesso a provas concretas da atividade, embora a origem e autenticidade dos materiais ainda não tenham sido oficialmente validadas pelo STF ou pela Polícia Federal.
Investigação em curso
Caso confirmado, o uso de perfil alternativo pode representar violação de medidas cautelares e prejudicar a situação jurídica do militar, que é considerado uma peça-chave nas apurações que envolvem tentativas de minar o processo eleitoral e o sistema democrático após as eleições de 2022.
O STF ainda não se manifestou publicamente sobre o conteúdo da reportagem.