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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta sexta-feira (13), a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e pediu a anulação do acordo firmado pelo militar com a Procuradoria-Geral da República. Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro alegou que a delação foi baseada em mentiras e que o processo representa uma perseguição política.

A manifestação ocorreu após a revista Veja divulgar mensagens atribuídas a Mauro Cid que, segundo a reportagem, contradizem partes de seu depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nas mensagens, Cid teria afirmado que a narrativa sobre uma suposta tentativa de golpe foi construída previamente, e que ele estaria sendo pressionado a incriminar Bolsonaro.

“As mensagens de Mauro Cid divulgadas pela Revista Veja escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, escreveu Bolsonaro.

O ex-presidente também afirmou que Cid foi coagido a colaborar com a Justiça:
“Segundo o próprio delator, ‘Bolsonaro não ia fazer nada’, mas isso pouco importava, porque ‘não precisa de prova, só de narrativa’, ‘o roteiro já estava pronto’, ‘a sentença já está escrita’… e ‘se não entregar a cabeça de alguém’ ou ‘não falar o que querem, o Ministro não te solta’.”

Na mesma postagem, Bolsonaro classificou o inquérito como uma “caça às bruxas” e pediu a libertação imediata de aliados presos, como o general Walter Braga Netto. Ele também fez um apelo ao que chamou de “instituições, parlamentares e imprensa séria” para barrar o que considera uma “escalada autoritária”.

A delação de Mauro Cid é uma das peças centrais da investigação do STF sobre articulações de militares e aliados de Bolsonaro contra o resultado das eleições de 2022 e o sistema democrático brasileiro. As revelações de Cid levaram à prisão de vários nomes ligados ao ex-presidente e à cúpula das Forças Armadas, e embasaram decisões do ministro Alexandre de Moraes.

A publicação da Veja e as declarações de Bolsonaro reacendem o debate sobre a legalidade e a confiabilidade das delações no âmbito da Justiça brasileira. Até o momento, o STF e a Procuradoria-Geral da República não se manifestaram sobre o pedido de anulação.

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Bruno Rigacci

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