Fux intervém em interrogatório e expõe fragilidade de acusações

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manifestou satisfação com a atuação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a audiência desta segunda-feira (9), que ouviu o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A sessão foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e contou também com a participação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Segundo Eduardo, as intervenções de Fux foram decisivas para enfraquecer o que ele classificou como uma “narrativa sem provas” sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Um dos momentos de maior destaque da audiência ocorreu quando Fux questionou Cid sobre quem mantinha contatos com os manifestantes acampados em frente aos quartéis após o resultado das eleições de 2022. A resposta foi direta:

“O miolo da Presidência nunca manteve contato com nenhuma liderança, nenhum financiador. A gente sabia o que estava acontecendo, sim, até pelas redes sociais. Mas o núcleo interno não tinha contato com ninguém.”

Outro ponto sensível abordado por Fux foi a alegada existência de documentos que poderiam embasar uma tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, como minutas de estado de defesa ou de sítio. Cid negou que qualquer documento tenha sido formalizado:

“Não, senhor. Em nenhum momento foi assinado. Inclusive, era a grande preocupação do comandante do Exército que o presidente assinasse alguma coisa sem consultar e sem falar com ele antes. De certa forma, de todas essas pessoas, ele [general Freire Gomes] era a voz mais lúcida.”

Para Eduardo Bolsonaro, as respostas de Cid, provocadas pelos questionamentos de Fux, desmontam a tese de que havia um plano concreto de golpe em curso:

“Fux desmontou o castelo de areia com duas perguntas”, afirmou o deputado.

A audiência com Mauro Cid faz parte das investigações que apuram a atuação de ex-integrantes do governo Bolsonaro em relação aos atos de 8 de janeiro e às movimentações ocorridas nos dias seguintes ao segundo turno das eleições de 2022. A fala do ex-ajudante de ordens e a condução da oitiva seguem repercutindo no meio político e jurídico.

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Bruno Rigacci

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