AO VIVO: Começa interrogatório e “peça-chave” da ação está cara a cara com Moraes (veja o vídeo)
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, às 14h desta segunda-feira (9), à etapa de interrogatórios dos réus do chamado “núcleo 1” da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. A investigação se concentra em uma série de articulações ocorridas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também figura entre os convocados a prestar depoimento nesta fase.
Além de Bolsonaro, nomes como o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, estão na lista dos interrogados, junto com outras seis figuras apontadas como integrantes centrais da suposta trama golpista, considerada pelo Ministério Público Federal como uma das mais graves ameaças à democracia desde a redemocratização.
No centro dos depoimentos desta segunda-feira está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e peça-chave nas investigações. Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, está sendo interrogado presencialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Depoimento decisivo
Mauro Cid já prestou anteriormente diversos depoimentos no âmbito de investigações paralelas, incluindo os casos das joias sauditas, fraude em cartões de vacinação e a minuta de um decreto de estado de sítio que poderia ter sido utilizado para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
Agora, seu depoimento diretamente no processo do “núcleo 1” é visto como decisivo. Segundo fontes ligadas ao inquérito, Cid teria fornecido detalhes sobre reuniões, estratégias e interlocuções entre militares, assessores e o próprio Bolsonaro para supostamente colocar em prática um plano que visava subverter o resultado eleitoral e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Próximos passos
Após a oitiva de Mauro Cid, o STF dará continuidade ao cronograma de interrogatórios, que deve se estender ao longo da semana. Jair Bolsonaro deve ser ouvido nos próximos dias, assim como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, entre outros integrantes do grupo militar e civil sob suspeita.
A ação penal integra um conjunto de investigações mais amplo que mira atos antidemocráticos, principalmente os que antecederam e culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por extremistas.
Repercussão política
A etapa desta semana ocorre em meio a forte tensão política. Aliados de Bolsonaro têm criticado o que chamam de “perseguição judicial”, enquanto parlamentares da base do governo defendem o rigor das investigações, argumentando que a democracia brasileira foi posta em risco.
Até o momento, o STF não informou se os interrogatórios serão públicos ou restritos. O andamento do processo segue sob sigilo parcial, com liberações seletivas de informações por parte da Corte.