Reveladas as piadas que fizeram Léo Lins ser condenado à prisão

O humorista Léo Lins foi condenado nesta semana a 8 anos e 3 meses de reclusão por declarações consideradas criminosas durante a apresentação do espetáculo “Perturbador”, realizado em 2022 na capital paulista. A sentença, proferida pela juíza Bárbara de Lima Iseppi, reconhece que o comediante ultrapassou os limites legais da liberdade de expressão, incorrendo em crimes de incitação ao ódio e discriminação contra grupos vulneráveis.

De acordo com os autos, Lins utilizou seu show de humor como plataforma para propagar falas consideradas ofensivas, racistas, misóginas e preconceituosas contra negros, indígenas, judeus e crianças. Entre os exemplos citados na sentença estão declarações como:

  • Coisa terrível é usar o negro como escravo, graças a Deus isso acabou e agora usam os bolivianos.

  • Se o Dia da Consciência Negra é feriado pelos negros, quarta-feira de cinzas devia ser judeu.

  • O preconceito, para mim, é uma coisa primitiva que não devia mais existir. Que nem o índio. Chega! Não precisa mais.

  • O uísque para mim tem que ser igual à mulher. Puro e com 12 anos.

  • Sou totalmente contra a pedofilia, sou mais a favor do incesto (…).

  • Não conta para sua mãe que eu te dou uma boneca. (…) Eu só fiquei melhor no dia seguinte, quando eu fui no parquinho olhar as crianças.

A juíza destacou em sua decisão que “o humor não pode ser usado como passe-livre para cometer crimes” e reforçou que o direito à liberdade de expressão não é absoluto, sobretudo quando ofende a dignidade de terceiros ou incita comportamentos discriminatórios e criminosos.

Além da pena de prisão, Lins foi condenado ao pagamento de R$ 1,4 milhão em multa e a uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A decisão ainda cabe recurso, e a defesa do comediante já sinalizou que irá recorrer.

A condenação gerou ampla repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre os limites da comédia, a responsabilidade social dos humoristas e a linha tênue entre piada e crime.

Procurado, o advogado de Léo Lins afirmou que seu cliente se manifestará oficialmente apenas após a análise da sentença pelos tribunais superiores.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies