“Mais um absurdo de Alexandre de Moraes”
O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS) usou as redes sociais nesta quarta-feira para reagir com indignação à ordem de prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra a também deputada Carla Zambelli (PL-SP). Em uma sequência de postagens incisivas, van Hattem classificou a medida como um “abuso” e um “ataque à democracia”.
“A prisão decretada contra Carla Zambelli é mais um abuso de Alexandre de Moraes. Mais um ataque à democracia, ao Estado de Direito e ao Congresso Nacional”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, a decisão é “absolutamente ilegal”, pois contraria os dispositivos constitucionais que garantem imunidade parlamentar — tanto em relação à prisão quanto à censura e à remuneração.
Van Hattem destacou ainda que Moraes ordenou o bloqueio da cota parlamentar e das verbas destinadas à manutenção do gabinete de Zambelli, redirecionando parte dos recursos públicos para o pagamento de uma multa pessoal imposta pelo STF à deputada. “É um absurdo sobre o outro”, protestou.
O deputado também criticou o que chamou de “expansão inconstitucional da censura”, ao afirmar que as restrições impostas às redes sociais de Zambelli teriam sido estendidas à sua mãe e até mesmo ao filho menor de idade da parlamentar. Segundo van Hattem, Moraes também solicitou à Polícia Federal a inclusão de Zambelli na lista vermelha da Interpol — mecanismo que viabilizaria uma eventual extradição internacional.
“Se alguém tinha alguma dúvida de que Alexandre de Moraes persegue ilegalmente Carla Zambelli, a decisão de hoje deixou tudo mais claro do que a luz do dia”, escreveu.
Em tom de apelo, o deputado cobrou uma reação firme da Câmara dos Deputados e relembrou o caso do ex-deputado Daniel Silveira, que também foi preso por decisão do STF. “Que não se repita o absurdo cometido contra Daniel Silveira. Que, dessa vez, a maioria parlamentar se pronuncie contra mais essa abjeta perseguição política.”
O episódio reacende a tensão entre setores do Congresso e o Supremo Tribunal Federal, especialmente em torno das ações conduzidas por Alexandre de Moraes nos inquéritos que investigam desinformação, atos antidemocráticos e milícias digitais. Até o momento, a Câmara dos Deputados não se pronunciou oficialmente sobre o caso. O STF também não divulgou detalhes adicionais sobre a fundamentação da decisão.