URGENTE: Bolsonaro e Moraes ficarão frente a frente
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para o próximo 9 de junho, às 14h, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus investigados por envolvimento em uma suposta trama golpista que visava subverter o resultado das eleições de 2022 e atacar as instituições democráticas do país.
A oitiva será realizada presencialmente na sala de julgamentos da Primeira Turma da Corte, marcando mais um capítulo decisivo no processo que envolve autoridades civis e militares acusadas de conspirar contra o Estado Democrático de Direito.
Ordem dos depoimentos
O primeiro a ser interrogado será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso. Cid já forneceu uma série de informações à Polícia Federal em acordos de colaboração premiada, incluindo supostos planos de decretar estado de sítio e deslegitimar o sistema eleitoral. A expectativa é de que seu depoimento sirva como base para a condução dos demais interrogatórios.
Na sequência, será ouvido o ex-presidente Jair Bolsonaro, seguido dos demais réus, em ordem alfabética, conforme determinado por Moraes.
Bastidores e reação
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol, em recente declaração, criticou a condução do processo e afirmou que o formato dos interrogatórios pode ser parte de um “plano de Moraes para silenciar Bolsonaro”. Em sua análise, Dallagnol alegou que a centralização das oitivas e a ausência de ampla publicidade dificultariam a transparência e o direito de defesa. O STF, no entanto, reafirma que os procedimentos seguem os ritos legais e garantem ampla defesa aos acusados.
Integrantes da base aliada do governo veem os depoimentos como uma oportunidade de avançar com as investigações e comprovar o envolvimento de figuras-chave em uma tentativa de ruptura institucional. Já apoiadores de Bolsonaro denunciam perseguição política e judicialização do embate ideológico.
O que está em jogo
A ação penal que tramita no STF envolve acusações como organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime, com base em evidências colhidas pela Polícia Federal, inclusive mensagens, reuniões gravadas e movimentações logísticas suspeitas.
O depoimento de Bolsonaro, em especial, é considerado crucial para o andamento do processo. Seus advogados devem manter a linha de defesa de que não houve participação direta em qualquer articulação golpista e que os atos de seus aliados ocorreram sem seu conhecimento ou anuência.
O dia 9 de junho promete ser tenso em Brasília, com expectativa de mobilização de apoiadores e críticos do ex-presidente nas imediações do STF. A segurança será reforçada, e a sessão poderá ser transmitida, total ou parcialmente, a depender de decisão da Corte.