PGR deve pedir prisão preventiva de Carla Zambelli, que já está bem longe do Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia a possibilidade de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar publicamente que se encontra fora do país. A medida, ainda em análise por assessores do procurador-geral Paulo Gonet, tem como base a percepção de que a viagem internacional de Zambelli pode indicar uma tentativa de evasão do cumprimento da pena de 10 anos à qual foi condenada pela Suprema Corte.

Zambelli foi sentenciada pelo STF por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na adulteração de documentos públicos — crimes considerados graves contra a administração da Justiça. Embora a condenação já tenha sido proferida, a execução da pena está suspensa até que se esgotem os recursos legais cabíveis.

No entanto, o deslocamento da deputada para o exterior foi interpretado por integrantes da PGR como um indicativo de “mobilidade internacional” e, consequentemente, risco concreto de fuga da jurisdição brasileira. A Procuradoria também se debruça sobre declarações contraditórias da parlamentar quanto ao seu paradeiro, o que, segundo fontes ouvidas pela reportagem, agrava a percepção de que há uma tentativa de escapar de eventual responsabilização.

Em entrevista à rádio Auri Verde, Zambelli confirmou estar fora do Brasil e anunciou que pretende pedir licença temporária do mandato, citando motivos de saúde como justificativa para sua viagem. A deputada mencionou inicialmente estar na Itália — país do qual é cidadã, o que, segundo ela, a protegeria de um eventual processo de extradição. Em outra declaração, no entanto, afirmou estar nos Estados Unidos, o que gerou ainda mais incertezas sobre sua localização.

Diante da situação, parlamentares da base governista articulam o envio de representações formais à PGR solicitando a prisão preventiva de Zambelli, sob o argumento de que sua conduta compromete o cumprimento da pena e a integridade do processo judicial.

Caso a PGR decida formalizar o pedido, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, avaliar se há fundamentos suficientes para decretar a medida cautelar.

O caso de Zambelli se soma a outras situações recentes em que a Suprema Corte e o Ministério Público têm adotado postura firme contra parlamentares acusados de atentar contra instituições democráticas. A decisão final pode gerar novo embate entre os Poderes e reacender debates sobre foro privilegiado, imunidade parlamentar e os limites da atuação judicial frente à classe política.

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Bruno Rigacci

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