Informação do Governo dos EUA vaza e aumenta o “temor” de Moraes
Fontes próximas ao presidente Donald Trump informaram à CNN que, por enquanto, está descartada a divulgação oficial de uma lista com os nomes de brasileiros que poderão ser alvo de sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos. Segundo apuração do canal, o processo está sendo conduzido com discrição, e os primeiros impactos devem ocorrer nos aeroportos, por meio de ações coordenadas no sistema de imigração norte-americano.
De acordo com a reportagem, os alvos das possíveis sanções incluem autoridades atuais e ex-integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), investigados por supostas violações de direitos civis e liberdade de expressão, segundo fontes ligadas ao entorno trumpista.
Medidas não serão anunciadas previamente
Ao contrário de sanções tradicionais, em que o governo dos EUA publica uma lista nominal de indivíduos e entidades punidos, a abordagem neste caso será velada. Os nomes dos brasileiros sob investigação não serão divulgados publicamente num primeiro momento. A sanção será imposta diretamente na entrada do país, com cancelamento ou suspensão de vistos no momento da chegada ao controle de imigração.
“O passageiro embarca normalmente, mas será impedido de entrar ao chegar nos EUA”, informou uma das fontes ouvidas pela CNN.
Essa estratégia tem como objetivo evitar confrontos diplomáticos abertos enquanto o processo ainda está em análise nos bastidores. Também busca manter pressão política e simbólica sobre as figuras envolvidas, que podem ser surpreendidas com o bloqueio apenas no ponto de entrada.
Reações e repercussão
A possibilidade de sanções discretas contra figuras do Judiciário brasileiro está provocando forte reação nos bastidores de Brasília. Fontes ligadas à oposição já falam em “escalada sem precedentes” nas tensões diplomáticas entre setores da política brasileira e o círculo próximo de Trump, que busca retomar protagonismo na cena internacional com apoio de conservadores latino-americanos.
O governo brasileiro, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o tema. Diplomatas ouvidos sob anonimato tratam a informação com cautela, mas admitem preocupação com o impacto que medidas desse tipo podem ter sobre a estabilidade institucional e as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente caso Trump retorne à presidência nas eleições de novembro.
Contexto político
A articulação de eventuais sanções ocorre em um ambiente de crescimento da tensão entre bolsonaristas e o sistema de justiça brasileiro, especialmente após decisões do STF em inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e aliados próximos. A ala conservadora tenta internacionalizar a narrativa de que há censura e perseguição política no Brasil, e tem buscado apoio no Partido Republicano norte-americano — especialmente em torno da figura de Trump.
A medida pode representar um divisor de águas nas relações Brasil-EUA, com efeitos imprevisíveis caso a estratégia seja confirmada. Para os investigados, o risco agora é duplo: jurídico no Brasil e diplomático no exterior.
Enquanto isso, reina a incerteza — e, segundo interlocutores, o clima é de absoluto nervosismo entre os possíveis alvos.