Vaza “surto” nos bastidores do Supremo com o levante de Eduardo Bolsonaro

A cúpula do Supremo Tribunal Federal (STF) avalia como real a possibilidade de condenação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), diante da escalada de declarações públicas contra a Corte e, especialmente, contra o ministro Alexandre de Moraes. A informação foi publicada neste domingo pelo jornal O Globo e repercutiu fortemente nos bastidores de Brasília.

Atualmente fora do país, Eduardo Bolsonaro tem articulado com políticos e ativistas de direita nos Estados Unidos para que o governo norte-americano imponha sanções ao ministro Alexandre de Moraes, incluindo bloqueio de bens e restrições de visto. Em entrevistas recentes, o deputado admitiu que condiciona seu retorno ao Brasil à aplicação dessas sanções, acendendo um alerta no Judiciário brasileiro.

Ministros consideram que Eduardo cruzou a linha

Cinco ministros do STF, ouvidos em condição de anonimato pelo jornal, afirmaram que o deputado ultrapassou os limites da liberdade de expressão e pode ter incorrido em crimes como tentativa de intimidação ou coação de autoridades públicas. A principal preocupação é que a ofensiva de Eduardo não seja apenas política, mas faça parte de uma estratégia de pressão sobre a Justiça brasileira no contexto das investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O que ele está fazendo é tentar internacionalizar uma disputa judicial e constranger a Corte com apoio externo”, disse um dos magistrados, sob reserva.

Deputado teme ser preso ao voltar ao país

Aliados próximos de Eduardo Bolsonaro confirmaram que o deputado teme ser preso caso desembarque no Brasil. Em entrevista recente, ele mesmo afirmou que “não pode levar uma pena de 12 anos na cabeça” e atacou diretamente o ministro Moraes:

“Eu não posso ficar na coleira do Moraes. Ele é que tem que ficar encoleirado no quadrado dele, dentro das competências dos Poderes.”

As declarações acirraram ainda mais os ânimos entre o Legislativo bolsonarista e o Judiciário, que já vive tensão constante desde os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Repercussão e próximos passos

Nos bastidores, cresce a expectativa sobre qual será o próximo movimento do STF. Juristas ouvidos por veículos de imprensa apontam que, caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) entenda que houve tentativa de obstrução da Justiça ou atentado contra o Estado de Direito, Eduardo poderá ser denunciado formalmente.

A situação também coloca o governo brasileiro em uma posição delicada no cenário internacional, uma vez que os Estados Unidos ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as tentativas de lobby feitas pelo deputado.

Enquanto isso, o silêncio do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, tem sido interpretado como uma estratégia para evitar maiores desgastes políticos — ao menos por ora.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies