Lula quebra o silêncio sobre Moraes e faz acusação grave contra os EUA

Durante sua participação na convenção nacional do PSB neste fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à possibilidade do governo dos Estados Unidos impor sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O líder petista adotou um tom enfático ao defender o Judiciário brasileiro e acusar Washington de hipocrisia.

Olha a história dos Estados Unidos querendo negar alguma coisa e criticar a Justiça brasileira. Nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Eles fazem tanta guerra, matam tanta gente”, afirmou Lula diante de uma plateia de militantes e lideranças do PSB.

A fala marca a primeira manifestação pública do presidente sobre os rumores — ainda não confirmados oficialmente — de que o Departamento de Estado norte-americano estaria analisando medidas contra autoridades brasileiras envolvidas em investigações sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Moraes, relator do inquérito que apura o financiamento e a organização dos atos, seria um dos alvos.

Rompimento do silêncio

Até então, Lula vinha evitando comentar o assunto diretamente. Sua declaração, porém, sinaliza que o Palácio do Planalto está disposto a comprar uma briga diplomática caso o governo Trump avance com alguma retaliação.

O presidente também deixou claro que vê a pressão externa como uma afronta à soberania nacional e ao papel das instituições brasileiras. “Temos uma Justiça forte, que não pode ser intimidada por interesses estrangeiros“, afirmou nos bastidores do evento, segundo aliados.

Repercussão política e diplomática

As falas de Lula já provocam repercussão em Brasília e devem ecoar no Itamaraty, que pode ser convocado a dar explicações ou respostas oficiais nas próximas semanas. Na arena política, aliados do governo aplaudiram a firmeza do presidente, enquanto opositores acusam-no de agravar tensões internacionais em um momento delicado.

O embate pode aumentar o desgaste entre os dois países, que vinham mantendo uma relação relativamente estável desde o retorno de Lula à presidência em 2023.

O que dizem os EUA

Até o momento, o governo dos Estados Unidos não comentou oficialmente as falas de Lula nem confirmou qualquer intenção de impor sanções contra autoridades brasileiras. Nos bastidores, diplomatas norte-americanos evitam alimentar a polêmica, mas monitoram de perto o impacto da declaração do presidente.

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Bruno Rigacci

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