Morre embaixador, referência na diplomacia brasileira
Faleceu na quarta-feira (28), aos 90 anos, o embaixador Marcos Azambuja, uma das maiores referências da diplomacia brasileira no século XX. A informação foi confirmada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), instituição à qual ele dedicava sua experiência e sabedoria como colaborador ativo.
Com uma carreira notável no Itamaraty, Azambuja representou o Brasil em postos de enorme relevância. Foi embaixador na Argentina e na França, dois dos principais parceiros diplomáticos do país, além de liderar delegações brasileiras em fóruns multilaterais sobre temas de alta sensibilidade, como desarmamento nuclear e direitos humanos, em Genebra.
Sua trajetória inclui ainda o cargo de secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores — o segundo mais alto posto da diplomacia brasileira, abaixo apenas do chanceler. Foi também um dos principais articuladores da histórica Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, marco internacional que estabeleceu as bases do debate moderno sobre sustentabilidade.
Em nota oficial, o Cebri lamentou a perda e exaltou sua importância:
“Marcos Azambuja foi um dos diplomatas mais completos de sua geração. Teve atuação destacada em questões multilaterais, como desarmamento e meio ambiente, e deixou uma marca singular nos postos que chefiou, Buenos Aires e Paris. Tinha uma capacidade única de explicar as questões diplomáticas com clareza, precisão e mesmo humor.”
Azambuja era conhecido não apenas por sua competência técnica, mas também por sua inteligência refinada, erudição e generosidade intelectual. Foi mentor de diversas gerações de diplomatas, sempre disposto a compartilhar conhecimento com clareza e elegância.
Sua morte representa uma perda profunda para o Brasil e para o pensamento diplomático internacional. Deixa um legado de serviço público exemplar, compromisso com o multilateralismo e fé inabalável na diplomacia como instrumento de paz e desenvolvimento.