Em atitude desmoralizante para Haddad, Hugo Motta dá prazo de 10 dias para governo rever IOF

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um prazo de dez dias para que a equipe econômica do governo Lula encontre uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada. A medida tem gerado forte reação no Congresso Nacional, inclusive entre parlamentares da base aliada.

Motta afirmou que transmitiu ao governo a “insatisfação geral dos deputados”, ressaltando que o Legislativo não aceitará manobras que visem exclusivamente aumentar a arrecadação.

“A solução precisa ser algo que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação”, declarou o deputado.

A cobrança foi feita durante uma reunião, na noite desta quarta-feira (28), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O encontro ocorreu em meio à pressão crescente dentro do Congresso para reverter os efeitos do decreto presidencial.

Ofensiva legislativa contra o IOF

Até o momento, já foram protocolados mais de 20 projetos de decreto legislativo (PDLs) no Congresso com o objetivo de anular a elevação do imposto, que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros. O novo modelo proposto pelo governo foi alvo de críticas por onerar ainda mais a população e o setor produtivo.

A medida, que integra a estratégia do governo para elevar a arrecadação em 2025, foi anunciada sem consulta prévia ao Parlamento, o que gerou mal-estar entre líderes partidários.

Clima tenso entre Planalto e Congresso

A insatisfação com o aumento do IOF se soma a outros desgastes recentes entre o Legislativo e o Executivo, como o caso da mudança na regra do Carf e a resistência de parlamentares a novos tributos. O presidente da Câmara tem defendido mais diálogo e previsibilidade nas decisões econômicas do governo, especialmente quando afetam diretamente o contribuinte.

A equipe econômica ainda não apresentou publicamente uma alternativa ao decreto, mas fontes do Ministério da Fazenda indicam que há esforço para construir uma proposta de compensação fiscal que possa minimizar o impacto político da medida.

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Bruno Rigacci

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