Diretor da PF mentiu sobre sindicato do irmão de Lula e acaba de ser desmascarado
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, tornou-se alvo de críticas por parte de parlamentares da oposição e representantes de entidades civis após declarações dadas sobre a operação da PF que apura fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS.
Em pronunciamentos recentes, Rodrigues negou qualquer envolvimento do Sindinapi – o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – com os esquemas investigados. O sindicato é presidido por Jair Lula da Silva, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que gerou controvérsia quanto à imparcialidade da apuração.
Para críticos, a declaração do diretor da PF foi precipitada e estaria politicamente motivada. “Andrei Rodrigues não tem estatura moral para ocupar esse cargo. Trata-se de um militante político disfarçado de autoridade policial”, afirmou um líder da oposição na Câmara, sob condição de anonimato.
Desmentido e reações
Em meio à polêmica, documentos e informações divulgadas por veículos da imprensa apontaram que o Sindinapi foi alvo de mandados de busca e apreensão durante a operação, o que contradiz a versão inicial de Rodrigues. O caso reacendeu o debate sobre a politização de cargos técnicos e o grau de autonomia da Polícia Federal em relação ao governo federal.
A Associação Nacional dos Delegados da PF ainda não se manifestou oficialmente sobre o episódio, mas fontes internas relataram incômodo com a repercussão do caso e a possibilidade de desgaste institucional da corporação.
Posicionamento oficial
Até o momento, a direção da PF não voltou a comentar o episódio. O Palácio do Planalto também mantém silêncio sobre a controvérsia envolvendo o irmão do presidente e a operação policial.
Especialistas em direito administrativo e criminal ponderam que é essencial aguardar a conclusão das investigações antes de tirar conclusões definitivas. “É preciso separar críticas políticas de fatos comprovados. A autonomia técnica da PF deve ser preservada, mas também deve haver transparência nas investigações”, afirma a jurista Ana Paula Cerqueira, professora da UFRJ.