Lula liga e tenta acalmar Moraes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou pessoalmente em campo para tentar conter a escalada de tensão entre o Brasil e os Estados Unidos diante dos rumores cada vez mais fortes de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), poderá ser alvo de sanções por parte do governo norte-americano.

Segundo apuração de bastidores, Lula conversou diretamente com Moraes para tratar da situação, que deixou de ser encarada como especulação e passou a ser considerada um risco real no núcleo político do Planalto. De acordo com fontes próximas ao governo, Lula teria repassado ao ministro a estratégia definida pelo Palácio do Planalto: o Itamaraty atuará nas vias diplomáticas para tentar impedir qualquer medida contra Moraes, tratando eventuais sanções como um ataque direto à soberania nacional e à independência dos Poderes no Brasil.

Contudo, a operação diplomática enfrenta obstáculos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ainda não conseguiu sequer uma ligação com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o que tem acendido o alerta máximo no Itamaraty. A dificuldade de comunicação é interpretada como um sinal negativo da disposição americana em recuar.

Por outro lado, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, vem afirmando publicamente que a sanção é “iminente”. Segundo ele, as penalidades serão severas e atingirão não apenas Moraes, mas também outras autoridades brasileiras envolvidas em decisões consideradas por críticos como “abusos de poder”. Eduardo classificou o impacto das possíveis medidas como uma “pena de morte civil internacional”.

Fontes ligadas a parlamentares da oposição relatam que autoridades americanas estariam considerando aplicar sanções por violações de direitos humanos, censura e perseguição política. As medidas podem incluir congelamento de bens no exterior, proibição de entrada nos EUA e restrições financeiras, o que traria repercussões políticas e jurídicas inéditas na relação entre os dois países.

A possível punição coloca o governo Lula em uma posição delicada: defender um ministro do STF, em nome da institucionalidade e da soberania nacional, ou administrar as consequências internacionais de decisões internas cada vez mais contestadas fora do país.

Até o momento, nem o Departamento de Estado dos EUA nem a Casa Branca emitiram declarações oficiais sobre o tema. No Brasil, o STF também não se pronunciou publicamente.

A situação pode marcar um novo e tenso capítulo na já complexa relação entre Judiciário, Executivo e comunidade internacional, em meio a uma disputa narrativa sobre democracia, liberdade e o papel das instituições no Brasil contemporâneo.

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Bruno Rigacci

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